quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

DESCONECTE

Autor: desconhecido


Desconecte de todas as coisas que te impedem de ir mais além. Desconecte dos celulares e aproveite as presenças físicas. Desconecte dos fones de ouvido e ouça os sons ao seu redor. Desconecte dos problemas e veja quantas soluções possíveis ainda pode experimentar. Desconecte dos seus medos e tenha coragem para lutar. Desconecte das coisas pequenas, das fofocas e das mesquinharias. Desconecte da inferioridade que te faz sentir pior e mais fraco que os outros. Desconecte dos traumas do passado, dos fracassos que já enfrentou. Desconecte dos falsos amigos. Desconecte daquilo que lhe causa mal, adoece. Desconecte das angústias e viva a alegria. Desconecte do isolamento e faça parte de um grupo com os mesmos ideais que você. Desconecte das pressões, do autoritarismo. Desconecte das opressões, da falta de fé. Desconecte dos dias nublados e faça sol no seu dia a dia. Desconecte do desânimo, das dores físicas. Desconecte das dores da alma e do espírito, entregue-se a Deus. Desconecte de uma vida sem sentido. Desconecte das faltas de propósito. Desconecte da indiferença com os outros. Desconecte das tristezas. Desconecte das vergonhas e da falta de perdão. Desconecte do apego. Desconecte  da imaturidade e busque crescer na sua caminhada pela vida. Desconecte das birras como se fosse criança e levanta. Desconecte de tudo o que te impede de ser você. Desconecte da opinião errada ao seu respeito. Desconecte da necessidade de aprovação do outro, aprove você a si mesmo. Desconecte das apreensões e dos exageros. Desconecte dos excessos e seja leve. Por que é só a leveza e a presença real das coisas, o sentimento de pertencimento no mundo com tantos e todos ao redor que é capaz de nos fazer sentir livres e nos permite ser quem realmente somos. E para que isto de fato aconteça é preciso desconectar de todo o resto e conectar a si mesmo e à própria fé.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

À MEIA NOITE

Autor: desconhecido

Quando o relógio der meia noite, hora da virada, virarei a página das coisas velhas. Deixarei para trás tudo aquilo que escrevi em linhas mal traçadas e abrirei uma página nova, em branco. Pegarei uma nova caneta, nem precisa ser dourada ou prateada, mas uma caneta disposta a escrever comigo a história do ano que começa. Sem me preocupar com tudo o que se foi, iniciarei um novo capítulo. Claro, sequência daquilo que já vivi, mas um recomeço dos erros que também já cometi. Ano novo é uma nova chance para si mesmo, eu acredito. Uma nova oportunidade de ser feliz e de fazer a vida acontecer de verdade. Um sorriso que mal foi dado no ano anterior. Uma iniciativa que ficou para ser dada e não aconteceu. Ano novo não é uma vida todinha nova, mas é uma renovação de tudo aquilo que somos. É o momento de fazer de fato com que as coisas aconteçam, ainda melhores que antes. Quando o relógio der a meia noite, estarei em prece de olhos fechados. Não sei se por um minuto ou vários, se até segundos, não sei. Mas fecharei os meus olhos em gratidão ao que passou, ainda que bom ou mal. Agradecerei a vida que tive até aqui e as oportunidades que soube aproveitar. Não lamentarei as oportunidades perdidas, porque sei que com estas eu aprendi a aproveitar os instantes. Iniciarei o ano de forma mais madura, mais preparada. Reconhecerei em mim as forças que julguei ter perdido no meio do caminho. Seguirei de cabeça erguida rumo aos meus sonhos, só assim irão se realizar. E nas próximas voltas deste relógio da vida, quero seguir não em círculo, mas sempre adiante. É assim que o ano começa, depois que o relógio der a meia noite, recebo a nova oportunidade que me é dada de ser aquilo que vim pra ser, feliz.

domingo, 12 de dezembro de 2010

VESTIDA DE BRANCO E EM PAZ

Autor: desconhecido

Protelo por medo de errar. Me critico antes mesmo dos outros o fazerem. Me prendo no que é certo ou errado. Os meio termos não me atraem. Exijo atenção e aprovação. De mim mesmo e dos outros, importante dizer. Busco o amor de uma maneira subrenatural. Me empenho em satisfazer as vontades dos outros. Não me lembro de quando realizei as minhas vontades. O que eu desejo está escondido, não me lembro bem qual é. Seduzir é uma forma de buscar atenção. Quero respeito mais que admiração. Não me avaliem e nem me julguem, não gosto. Acredito que fazer a coisa certa é ainda melhor que fazer o que desejo. E perco tempo realizando coisas que não gostaria de realizar. Quanto mais perto do prazer eu chego, mais a ansiedade me consome. É como se ter prazer do que sou e faço me fosse proibido.  Se penso não ter a aprovação dos outros, me agito. Prefiro fazer o que é considerado socialmente correto e aceitável do que o que eu realmente quero fazer. Perco mais tempo com os outros que comigo mesmo. Disperdiço energias agradando e sendo o que as pessoas querem que eu seja e me perco de mim mesmo, daquilo que sou e pretendo ser. Quero ser amado ainda que imperfeito. Gosto de organização e de prever aquilo que poderá acontecer.O inusitado me confunde e me amedronta. Tenho uma enorme necessidade de fazer o bem. Gosto dos que tem força de vontade, dos que buscam ser pessoas melhores, assim como eu. Deixo meus desejos esquecidos e fico com a necessidade de agir corretamente, isto me causa ciúme, ansiedade e falta de adaptação a tudo ao meu redor. Busco a minha liberdade, gosto da independência. Quero minha privacidade respeitada. Não gosto de invasões. Quero ser eu mesmo, ainda que isto me seja complicado e tão difícil ao mesmo tempo. E sou este misto de sentimentos e desejos. Reprimidos, oprimidos e canalizados de forma errada. Desculpem o transtorno, desculpo a mim mesmo. Causo conflito e caos, enquanto sigo e meio aos escombros e novas construções de quem eu sou. Cometo falhas que não gostaria. Me irrito comigo mesmo. Mas continuo em frente a busca de ser quem sou. Sei que quando me descobrir de verdade, me apresentarei de branco e em paz. E sei que, ainda que assustados com a surpresa de quem sou, conseguirão admirar a minha coragem e respeitar a pessoa que existe dentro de mim.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

QUANDO BENDITAS

Autor: desconhecido

As palavras me acolhem. Me alimentam na ausência dos gestos, pelos quais tantas vezes clamo. As palavras que escrevo me libertam. Me libertam dos medos que tenho, das angustias que sinto. Liberam minha alma para viver o que lhe é necessário. Me fazem voar, renascer, renovar as esperanças. As palavras que escrevo me devolvem a alegria do que sou. As palavras me acolhem. Estas que leio, tantas e tão belas, me revelam o que me é importante. Me direcionam caminhos, me apontam estradas. Guiam meus passos e as vezes até mesmo decisões. Falam do amor que tens por mim. Me contam o quanto sou importante num mundo de uma vasta multidão. As palavras me acolhem. As palavras que ouço quando bem ditas, são benditas aos meus ouvidos. Palavras que demonstram sentimentos puros e verdadeiros. Palavras que limpam meus ouvidos das impurezas, traumas e tristezas. Palavras que percorrem o meu sangue e o meu corpo, trazendo alegria de viver. As palavras me acolhem. O acolhimento das palavras é tão certo que é necessário saber dizê-las bem e saber ouvi-las da melhor maneira. Saber ler o que é certo. As palavras além de acolher, são capazes de nos elevar. E de nos levar para o crescimento que esperamos. Não o físico, porque muitas vezes este já não é mais possível. Crescimento de alma, de espírito mesmo. Crescimento interior porque este sim, sempre está pronto pra acontecer. Viva as palavras, da maneira que melhor se aprouver. Ditas, escritas, faladas ou lidas. Conviva com elas diariamente. Escolha as melhores em qualquer circunstância. E verá que as palavras, além de te acolher e elevar, devolverão você a você mesmo, de uma maneira que você jamais imaginou.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

MODÉSTIA

Autor: Daniel Comacho

Sem falsas modéstia, venho dizer que agora preciso ser mais eu. Cansei de ser aquilo que os outros pensam, sofrendo quando o que pensam não é o melhor que eu poderia imaginar. Também cansei dos meus próprios pensamentos ao meu respeito, sempre me colocando pra baixo, bem mais pra baixo do que realmente devo ser. Não, chega! Agora é meio que pra valer. Falo meio porque ainda tenho medo de não dar conta de fazer acontecer de verdade, mas vamos lá, eu quero seguir adiante. Quero amadurecer como a vida espera que eu faça, como os anos que tenho me cobram a cada aniversário. Quero é olhar pra mim mesma com orgulho de ser quem sou, cheia de defeitos e em constante processo de feitura. E quem não está? Eu quero é seguir construindo a minha vida e os meus sonhos. Realizar os meus desejos. Esperando menos do outro e menos de mim mesma também. Sem cobranças e nem relógios. Sem pressa. Demoradamente ser quem eu sou.  Quero é olhar pra dentro e enxergar as minhas qualidades em meio a tanta bagunça. Sei que estão lá, várias e numerosas, basta paciência pra vasculhar. Quero é ser feliz comigo mesma, independente da aprovação ou aceitação dos outros. Quero não dar ouvidos. Mas ouvir e ser ouvida quando isto puder acontecer. Quero admirar minhas vitórias, celebrar as conquistas e rolar de rir das derrotas que vierem a acontecer. Levantar e sacudir a poeira depois do riso e seguir adiante como se nada houvesse acontecido ou, melhor, como se tudo tivesse acontecido justamente pra me fazer ir pra frente. Isto, assim que vai ser apartir de hoje. Aceitem-me como sou. Não se assustem se ouvidos não der às críticas como tenho feito hoje. Não sofro mais por elas. Ouço aquilo que me fizer crescer. Não aceito mais o que me faz menor. Quero ser grande como os meus sonhos. Mas sei que posso ser ainda maior, porque grandes coisas estão por vir e apartir de agora as farei acontecer pra mim.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ALEGRAI-VOS

Autor: desconhecido

Alegrai-vos, repito, alegrai-vos! Mesmo que o dia tenha amanhecido nublado, que suas ações pareçam sem resultados. Ainda que não tenha o amor da sua vida por perto, que o medo continue rondando sua vontade de seguir em frente. Mesmo que não haja aplausos no espetáculo da sua vida ou que não tenha o abraço que precisa pra te curar a saudade. Ainda que haja dores, no corpo ou na alma. Mesmo que não seja compreendido nas suas incompreensões. Ou ainda, que pareça confundido no meio da multidão. Alegrai-vos, sempre, alegrai-vos. Não deixe que a tristeza inunde a sua alma de frustações e inseguranças. Não permita que seus sonhos morram antes mesmo de terem nascido, partido pra realização. Ainda que tenha dúvidas e muitas. Ainda que não saiba do futuro, que anseies e tanto e tanto por tantas coisas. Alegrai-vos. Não desista de viver a alegria que estar vivo. Se não tiverem paciência com você. Se não tiver os amigos que desejaria ter. Mesmo que pareça sozinho para seguir em frente. Ainda que tudo pareça perdido. Mesmo se te falta coragem. Mesmo que esteja fraco, sem forças para lutar. Ainda que estivesse doente, que não houvesse cura, alegrai-vos. Não se inquiete por coisa alguma. Seja alegre e persistente. Acredite que nasceu para ser feliz e a alegria é o combustível necessário para que tenha a tal vida em abundância que lhe é necessária. Então, alegrai-vos apesar das circunstâncias. Alegrai-vos apesar das pessoas. Alegrai-vos por serem quem são, ter aquilo que possui e poder ser aquilo que desejas ser.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

TOMA QUE É TEU

Foto: autor desconhecido

Não pode estar perdido ou em outras mãos. Antes, que ele esteja nas suas para que você possa o centrar em si mesmo e nas suas crenças e ideais. Tome o teu coração como seu melhor amigo. Embora as vezes enganador, ele é puro como uma criança que apronta travessuras sem a menor maldade. Confia a ele as suas emoções e tente alinhar cada uma delas às suas razões, embora isto não seja um desafio tão fácil de cumprir. Mas antes, coloca o teu coração em tuas mãos. Não deixe-o nas mãos dos outros, nem mesmo de quem confia. Ninguém é capaz de cuidar dele como você. Viva a beleza de tê-lo pulsando firmemente. Sinta os batimentos como o seu fôlego de vida. Celebra a sua existência. Vibre com a sua energia. Não viva a energia dos outros. Antes, e sobretudo, que a sua energia esteja em si mesmo e em seu coração. Faça aquilo que gosta. Viva o momento presente. Sinta a respiração de agora. Foque os seus pensamentos no instante e em si mesmo. Não se perca nos outros ou naquilo que esperam ou acreditam de você. Só você sabe as dores e delícias de ser quem é, então, centralize em você as suas expectativas. Não se fruste com os fracassos. Não se zangue com suas fragilidades. Perdoe a si mesmo, acima de todas as coisas. Reconciliar consigo mesmo é a chave para curar as feridas que muitas vezes não permitimos que seja cicatrizada e que acaba nos fazendo ferir os outros. Acredite em você. Saiba que é merecedor. E faça do seu coração um espaço de morada de muitos, sem mágoas e rancores. Transborde o amor. Dê, não tão mais do que receber, mas de uma maneira equilibrada com o quanto recebe. Seja feliz acima de tudo. Cuide de si mesmo. Segure com carinho o que tem de melhor e distribua tudo isto a todos que precisarem. Acolha a si mesmo e aos outros. E quando ainda assim parecer pesado ou triste o seu coração, entregue-o a Deus. Ele é o melhor restaurador de corações que eu já conheci e desconfio que é capaz de te devolver um coração novinho em folha pra te ajudar a seguir adiante.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

AGORA E PRA JÁ!


Foto: autor desconhecido


Não perca tempo de ser feliz. Não, não perca este instante. Ser feliz é agora, é urgente. Não pode demorar, não tarda e muito menos falha. Ser feliz é o melhor presente que podemos nos dar. E oferecer aos outros também. Porque alegria é contagiante. Quando menos se espera, você e todo mundo estarão felizes se você se dispuser a ser feliz agora. Então vá, não perca tempo. Saia correndo para dar aquele abraço em quem te faz bem. Descanse no colo que te dá segurança. Faça uma oração a Deus em agradecimento a sua vida. Celebre as pequenas coisas, os detalhes que Deus te dá no dia a dia. Sorria para um desconhecido. Viva intensamente cada instante e não se deixe esgotar por nenhum deles. Respire calma e lentamente. É pela respiração tranquila que a alegria circula em nossas veias. Mantenha um olhar atento ao próximo e respeita as diferenças nos outros. Ninguém é igual a ninguém e a alegria de viver está justamente em saber conviver com estas diferenças o tempo todo. Descanse depois do trabalho. Durma sem preocupações. Estique o corpo. Mantenha a coluna ereta, a mente quieta e um olhar tranquilo. Aprenda a fazer alguma coisa nova, mas não qualquer coisa. Faça aquilo que tem vontade. Seja o melhor que puder ser sem se cobrar ser o melhor. Acredite em você, mas antes disto acredite no amor de Deus por você. Ele confia na sua capacidade e na força que você tem de acontecer na vida, então, não duvide disto. Alegre-se. Cante uma música. Dance sem música se precisar. Mas dance, mas viva, tente. Insista em ser feliz. E não demore. Seja o quanto antes puder. E quando menos esperar você já será a pessoa mais feliz que puder imaginar. 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

À CORES

Foto: Maria Fernanda


Não sei de que cor eu me visto hoje. Um pouco de cada uma, um tom de cada cor. Uma mistura de cores. Um arco-íris. Cores em formato de flores, figuras geométricas, círculos, tanto faz. Desde que tenham cores, muitas, de todos os tons. Uma paleta completa, pantone ou qualquer outra. Quero sair colorida, que é pra não deixar espaço pro cinza ou preto. Nem mesmo pro branco. Quero é sair de cores, cores que eu sei de cór. Vermelho, azul, rosa, amarelo, verde. E tantas e tantas outras. Quero comemorar a vida com as cores que ela representa em cada canto, em cada instante. Me visto de cores e saio por aí. Não sei onde vou, mas colorida que estou devo chegar em algum lugar. Algum lugar que valha a pena e que ainda que sem cores, eu possa o alegrar.

sábado, 18 de setembro de 2010

ENTUSIASMO

Foto: autor desconhecido
Não é o mesmo que otimismo. É bem diferente. Otimistas são os que esperam que as coisas dêem certo e aconteçam da melhor forma possível. Esperam, eu disse. Entusiasmados não, fazem com que o melhor aconteça e já vivem a vitória do sucesso enquanto o constroem, dia a dia. Entusiasmo é o que deixa o cotidiano leve, com sorriso no rosto. Otimista é o entusiasmado acomodado. Entusiasmado é o otimista que vai além da sua crença, exerce a sua fé. Para os gregos entusiasmo significa "ter um deus dentro de si". Não é diferente por aqui, se pararmos pra pensar. Entusiasmados são cheios de Deus que os revela, os move para a realização de tudo aquilo que acreditam. O que nos move é o entusiasmo. E entusiasmo não vem de fora pra dentro. Não se encontra nas esquinas, não se lê nos livros. Não se indica. Mas se descobre dentro de si. Deus está dentro de cada pessoa, até mesmo dos desmotivados e dos pessimistas. A diferença entre destes e os entusiasmados e otimistas é que não sabem exercer e deixar mover dentro de si o Deus que habita neles. Um pecado, parece ser. Mas que pode ser vencido através da vontade de seguir em frente, de fazer acontecer. Daí se descobre maior é o que está em nós, dentro de nós, que todas as coisas que estão ao redor. Descobre-se o entusiasmo. E como um vento ele começa a se mover dentro de nós e quando o nosso corpo se tornar pequeno pra tanto entusiasmo, ele sai pra fora e nos leva pra muito além de onde imaginamos chegar. Entusiasmo é o que eu quero e é o que desejo que todos nós saibamos ter.

domingo, 12 de setembro de 2010

O brilho da maturidade


Foto: Olhares.com
Não. A maturidade não vem com a velhice. E a velhice que prepara para receber a maturidade. Esta que a gente tenta colher com os anos. Com ou sem sucesso. Esta maturidade que desconhecemos na infância. A maturidade que negamos na adolescência e que na juventude vem bater à nossa porta, transbordar em nossas lágrimas. Esta maturidade acompanhada de frustações, negações, privações. Sim, o sofrimento carrega a maturidade pra vida da gente. Mas não é só ele capaz de fazer isto. Encontramos a maturidade na vida das pessoas, nas esquinas, nos olhares alheios. Encontramos, embora mais difícil, a maturidade nas alegrias e nas conquistas que temos. Não, não é preciso ser velho para se deparar com ela. Não quero acreditar que apenas na velhice estarei madura o suficiente para viver a vida da melhor maneira que a gente pode viver. Não acredito nisto. Mas sei que nesta hora, quando as rugas bater em meu rosto, é que olharei pra trás e verei o quanto pude amadurecer ao longo do tempo. Terei aquele gosto pela vida que tive, pelas lutas que tive que enfrentar. Estarei contente e realizada pelos caminhos que passei e pelo lugar que cheguei. Mas antes, ainda agora, quero amadurecer a cada dia que é pra não perder o sabor da fruta que é viver. Aproveitar os instantes, valorizar as pessoas. Amar incondicionalmente. Ter a paciência necessária para viver sem pressa. Alimentar esperanças, espalhar sorrisos. Quero a maturidade que me cabe no dia de hoje. A quantidade suficiente para que eu seja feliz, na medida certa. Quero começar com o brilho no olhar, antes mesmo que as rugas tomem meu rosto. Quero este olhar atento, observador e admirador da vida. Quero contemplar tudo ao meu redor e traduzir em atos, gestos, olhares e sons , a todas as pessoas, o sentimento de que viver realmente faz sentido e vale muito a pena.

sábado, 28 de agosto de 2010

Sorrindo pra vida

Autor: desconhecido
Ainda que não seja tão belo quanto Brad ou Jolie. Ainda que não tenha o carro dos seus sonhos, que não tenha viajado de avião. Ainda que pegue vários ônibus por dia. Ainda que não coma tudo aquilo que deseja e as vezes até falte o que comer. Ainda que o dia esteja nublado ou que o calor esteja queimando a sua pele. Ainda que esteja com fome, que esteja sem dente, que esteja cansado. Ainda que sozinho ou mal acompanhado. Ainda que doente, ainda que fraco, ainda que sem sorte. Ainda que tudo pareça perdido, que o impossível esteja sempre presente. Ainda que exista sofrimento, que exista medo, que esteja inseguro. Ainda que tudo parece dar errado quando simplesmente poderia dar certo. Ainda que difícil, ainda que dolorido. Não deixe apagar o sorriso que você pode dar. Mesmo que pareça sem motivos, sem propósito. Mesmo que seja difícil, que os músculos parecem não obedecer. Sorria pra vida. Sorria pra você mesmo. Abra um sorriso para os outros. Sorria para Deus. O sorriso te liberta do mal, tem o poder de trazer pra dentro de si a luz da vida. Alimenta a sua alma de esperanças. Recria seus sonhos. E faz com tudo pareça belo. Sorrir facilita as coisas, ameniza o que não há de bom e revela o que ainda está por vir. Sorrir é contagiante e tem a capacidade de transformar o nosso olhar para o outro. Uma pessoa com sorriso no rosto não é a mesma pessoa, é um pouco anjo, revela um pouco de Deus.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Faxina

Foto: Teca Farias
Decidi que hoje será um dia de faxina. Vou me atrasar para o trabalho, desmarquei meus compromissos, não atendo o telefone. Resolvi passar toda a tarde limpando os armários e gavetas da minha vida. Jogar fora as cartas que já não me dizem mais nada. Me livrar dos preconceitos, rasgar as decepções e frustações que trago inteiras na bagagem. Tirar os fantasmas que moram debaixo da minha cama, como os medos e inseguranças que vira e mexe me assombram antes de dormir ou tomar decisões. Arrancar dos armários as caixas velhas, com lembranças inúteis ou ruins, paixões que já se foram, ilusões. Lembrei de conferir debaixo do tapete, onde costumo guardar as palavras pesadas que já foram usadas contra mim, os julgamentos ao meu respeito, as palavras que em nada abençoaram a minha vida e me fazem acreditar não ser capaz de chegar onde desejo. Vou varrer cada canto do meu quarto, retirar as teias de aranha, passar pano molhado em cada um dos meus sonhos mofados. Jogarei fora os bibelôs fora de moda, as idéias ultrapassadas. Roupas velhas que não uso mais. Sapatos apertados. Cores apagadas. Talvez aproveite e mude a decoração. Organizarei tudo, deixando à mostra aquilo que me é verdadeiramente importante. Minhas metas e sonhos estarão à vista, na prateleira de frente que é pra eu nunca mais perder o foco. Minha alegria estará traduzida nas cores, vivas, em todo o ambiente. Deixarei gavetas perfumadas pelo meu prazer de viver. Comprarei caixas novas, onde guardarei com todo carinho e cuidado todas as palavras de amor que já me foram, sinceramente, ditas. Almofadas macias e aconchegantes como o meu temperamento e amor ao próximo. Roupa de cama perfumada, objetos divertidos e úteis, que me ajudarão a chegar onde preciso. À noite, antes de dormir, ainda hoje, colocarei no microsistem uma música suave que me devolva para mim mesma. À frente, no mural de fotos, pessoas que eu amam e que me fazem bem. Sorrisos da minha infância, verdades que me promovem àquilo que Deus quer de mim. E com ele, irei dormir tranquila, certa de que amanhã quando acordar, tudo será novo e estarei preparada para recomeçar.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sabor do vento

Foto: desconhecido
Este gosto que eu nem sei dizer o nome. Este sabor gostoso que vem do aroma, da brisa, do voar dos meus cabelos. O brilho que tem durante as tardes. O frio que traz durante a noite, para aliviar o calor que o sol traz pela manhã. Gostoso como casa de vó, como o abraço da mamãe. Lembranças que são trazidas de volta, como se um álbum fosse desfolhado aos poucos, espalhando beleza e encanto para todos os cantos da nossa vida. Gosto de sentir seu gosto, quando bate em meu rosto na janela aberta do carro, no abrir da janela quando me desperto logo cedo. Gosto do seu beijo em minha face, cada vez que te vejo me tocar. Caminho ao sabor do vento, que me acolhe, que me leva pra onde eu quero chegar. Sinto que ele vem comigo, numa festa e alegria que poucos conseguem trazer. O vento e seu gosto me acompanham nas maiores furadas, me fazendo rir de mim mesma e ao mesmo tempo acreditar que tudo pode ser mais leve, como a leveza que ele traz ao passar por mim. Gosto de cabelo ao vento, de fechar os olhos, de abrir os braços. O sabor do vento é o alimento que me dá energia. Sinto-o de frente, que é pra estar com ele face a face e tentar captar as coisas que ele vem me dizer. O vento me visita sempre que pode. Gosto de estar preparada para recebê-lo, estar em repouso e ficar um tempo com ele. As vezes ele se vai muito depressa e é preciso aproveitá-lo, antes que o sabor acabe e me deixe na saudade.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Assim seja

Foto: Pedro Moreira
E quando eu tiver velhinha, com os cabelos insistindo na brancura que a velhice nos traz, quero que esteja ao meu lado, meu amor. Calvo, com os cabelos brancos e os rostos marcados pelas rugas da experiência que pude acompanhar em você. Estaremos de mãos dadas, abraçados. Ora caminhando pelo jardim, ora sentados numa cadeira de frente para a nossa varanda ou para o mar que tanto gostamos de ver. Não verei a hora passar, meu amor. Acredito que nem mesmo você. Estaremos felizes por tudo aquilo que vivemos em todo o tempo que estivemos juntos. O sorriso estará estampado em nosso rosto, num misto de paz e gratidão a tudo aquilo que Deus fez de nós dois e do nosso amor. Posso sentir o vento suave batendo em nosso rosto, como que beijando a nossa face. Posso sentir a textura da sua bermuda bege, tão macia quanto as suas mãos que acariciam os meus cabelos e a minha nuca. Não haverá saudade da nossa mocidade, tão bem vivida ela nos tem sido. Talvez, saudade dos filhos pequenos que cuidamos com o mesmo intenso amor que temos um pelo outro. Mas teremos os netos, esta prova de que a vida continua em nós e apesar de nós. E teremos tranquilidade e vivacidade para brincar com eles e colocá-los no colo e amá-los com toda a pureza que eles também nos amam. Estaremos lado a lado, meu grande amor. Não porque merecemos, ou porque sabemos, mas porque amamos e só o amor verdadeiro é capaz de tocar em frente, ultrapassar barreiras e produzir frutos. Quero que estejamos sábios e agradáveis para a convivência. Que nossa presença traga sabedoria, tranquilidade e amor aos que a nós chegar. Que possamos ser exemplo e testemunho de que amar vale a pena e de que o amor ainda existe de uma maneira que há muito não vemos. O amor existe apesar dos nossos olhos míopes e cansados. O amor está em toda parte, para ele fomos criados. Que o amor seja o ar que respiramos desde hoje até o nosso envelhecer. Que nos faça doces como o mel, suaves como a pluma e agradáveis como o algodão. Que sigamos leves e confiantes por esta vida, sempre ao lado um do outro. Assim, fica bem mais fácil chegar. Amém.

Nas mãos de Deus

Foto: J. Pedro Martins
Este controle que a gente acha que tem nas mãos é uma grande bobagem. Não adianta pra nada, não funciona os botões. Como controladores, somos um tremendo fracasso, temos que admitir. Perdemos a hora, apressamos o passo. Precipitamos as coisas. Pisamos na jaca e as vezes até atolamos nela. Esta mania que temos de controlar tudo é o que nos deixa completamente fora de controle. Ansiedade, depressão, frustração, tristeza, baixa auto-estima. Resultados que alcançamos com esta mania de autosuficiência que não é suficiente nem pra nos deixar mais contentes com a gente mesmo. Somos apenas peça de um jogo de tabuleiro, embora tentamos insistentemente adquirir vida própria. Somos manipulados, vezes pela sociedade, vezes pelos pais ou amigos. Temos sim, poder de decisão, autonomia, mas não temos o poder de controlar as consequências, de impedir os imprevistos. A estes, o controle está acima de nós. É Deus quem controla tudo do lado de cima. Ele quem prevê os resultados daquilo que fazemos. Ele quem sabe das nossas escolhas. Ele quem ri das nossas ansiedades, tantas vezes tão infundadas. Somos peças únicas num jogo de tabuleiro da mesa de Deus. Como únicos, temos nossas particularidades e que são tão respeitadas pelo jogador. Temos as nossas caracteristicas de importância, nossos padrões de comportamento, nosso pequeno e importante poder de escolha. Mas melhor mesmo é não viver em função das preocupações do resultado do jogo, porque como peças, apenas somos parte de um processo. Bom mesmo, é criar os nossos sonhos, fazer o que nos é possível e ser o melhor que pudermos ser. No mais, é deixar o grande jogador da nossa vida colocar as mãos sobre nós e nos guiar para a vitória que ele pretende ter com a vida que somos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Todas as cores do mundo

Foto: Carlos Lopes Santos
Todas as cores do mundo. Ora organizadas em fileiras, como listras. Ora em degradê como uma escala gráfica e tantas outras vezes misturadas como em lata de tinta. Todas as cores do mundo, diferenciadas por versões e variações de tons, mas são todas, todas ao mesmo tempo. Multicolorido, numa diversidade deliciosa que se resume em dois, onde não cabe mais nenhum. O amor. Esta faceta arco-íris da vida. Esta gama de alegria que colore os cantos preto e branco que, sozinhos, esquecemos de pintar. O retoque do nosso lado bom. O detalhe que faltava na obra que somos. Este espaço de duas pessoas mergulhados na felicidade das cores do mundo. O amor tem esta capacidade, reunir todas as coisas boas da vida num único nome, num único sentimento. Sentimento que só acontece quando vira atitude. Esta atitude de pintar o outro, de rabiscar a vida de quem ama com as cores favoritas de um e outro, sem saber mais quais são as preferências de cada um. Amar é isto. Pintar a vida com todas as cores do mundo. Colorir a dor, a solidão, o sofrimento e a tristeza. Superar as dificuldades. Rir dos desafios. Acreditar em si mesmo. Confiar no outro. Seguir adiante. Viver intensamente. Fazer valer a pena. Pra isto fomos feitos, para amar. Não é atoa que Deus coloriu o mundo inteiro e depois nos colocou aqui. Que é pra usar as cores e pintar nosso amor por onde andarmos. Esta vida em preto e branco não é pra gente. Somos coloridos e se ainda não somos, está na hora de pintar o amor.


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Iguais, diferentes e vice-versa

Foto: olhares.com
Aparentemente todos iguais ou então, todos diferentes. Refletir sobre igualdade e diferenças é tão necessário quando respirar. Imprescindível para a realização do respeito ao outro, da tolerância às diferenças. Porque somos tão iguais quanto diferentes o tempo inteiro. Não há cor da pele capaz de tornar diferente a nossa vontade e direito de viver. Não há diferenças sexuais que apagam a nossa igualdade de amar. Ao mesmo tempo não há igualdade que iguale as nossas diferenças culturais ou que nivele ao mesmo patamar a nossa individualidade. Somos únicos, diferentes e iguais o tempo todo. O ponto de vista é o que determina o limite entre ambos. Mas é preciso se distanciar um pouco, usar de calma e cautela, para que se possa ver que igualdades e diferenças estão juntas a todo instante. Dentro de nós mesmos, na nossa relação com os outros e na nossa relação com o mundo. Somos seres iguais e ao mesmo tempo tão diferentes ou somos seres tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais?

E como falam!

Foto: Lúcia Letra
Escorriam sem se explicar. Não sabia se dor ou medo, se fome ou saudade. Talvez insegurança, talvez amor que transborda pelo canto dos olhos. Escorriam se dizer causa ou consequência. Saiam pelo olhos silenciosamente. Inundava a alma de onde veio e tantas outras que a viam. Lágrimas assim, silenciosa e calma, comovem e movem tudo ao redor. Dizem mais que o grito e as palavras. Dizem mais que qualquer outra expressão. As lágrimas traduzem sem se explicar. E movem tantas outras lágrimas que escorrem de outros olhos como se todas se mobilizassem por uma única causa. Lágrimas têm compaixão, misericórdia uma das outras. Isto, falo das mais sinceras, destas honestas. Destas lágrimas que escapolem ao nosso controle, ao nosso egoísmo, a nossa vontade. Estas lágrimas que dizem tudo aquilo que calamos ou não sabemos dizer. Estas lágrimas que falam por nós. Lágrimas que são a representação mais pura e verdadeira de nós mesmos, aquilo que nem mesmo a gente reconhece em nós, mas que é preciso transbordar para aliviar o caos que as vezes acontece, silenciosamente, dentro da gente.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Minh´alma

Foto: Vinícius Matos
Sim, minha alma ruiva tem este rosto. Um pouco mais jovem, porque ainda é uma criança. Mas quando mulher, lá pelos menos cinquenta e tantos anos, minha alma será assim, uma linda e atraente moça ruiva. De sardas no rosto, as mesmas que insisto em retirar da minha pele. É que por fora, não vim ruiva como sou por dentro. E sardas, deixam de ser sardas quando marcam o rosto moldurado por cabelos vermelhos. Sardas viram charme, identidade, personalidade. Nunca sardas. Os olhos de quem é ruivo, ainda que escuros, são claros como a luz do dia ou azuis como o brilho do céu de inverno. Os cabelos vermelhos, pintados por Deus, são como o fogo do seu avivamento. Ruivos, são como anjos, sempre os vi assim. Não soube o ser por fora, talvez não merecesse ou não fosse este o meu destino. Mas por dentro, sinto que sou ruiva como a moça ruiva que vemos agora. Ainda menina, já disse. Sapeca, peralta e as vezes frágil como todas elas. Mas me tornarei esta moça quando me fizer mais forte, quando a menina levada deixar espaço pra mulher atraente e sábia. Quando de fato, ainda que por fora esteja de outro jeito, a ruiva que há em mim tomar o seu lugar e me fizer aquilo que Deus preparou em minha alma, completamente travestida de ruivo como a chama, a Tua chama.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

E a sua?

Foto: Pedro Maia
Não tem paredes, feitas de tijolos. Não tem paredes, de concreto nada disto. Existe sim, um limite ou as vezes nem isto. Porque mesmo os limites existem para serem ultrapassados. Aprender, esbarra nos limites que vez ou outra se expandem. Não tem teto, porque as vezes é necessário chuva ou sol. Todas as aulas são práticas ou pelo menos, passíveis de serem praticáveis. Não acredito em aula teórica que não tenha como fazer parte do meu e do seu cotidiano. Todos os dias são dias letivos. O diretor ou diretora, sou eu ou você. As disciplinas eu não sei contar, tantas e diversas podem ser. Aprendo sem fronteiras, sem cadeiras. Pelo contrário, quase nunca me sento para aprender. Professores e alunos se revezam. Mestre e aprendiz se confundem e fundem. Somos os dois, ao mesmo tempo. Temos ainda muito o que aprender mas já sabemos um bocado suficiente para também ensinar. Minha escola é uma instalação chamada vida, esta que eu mesma vivo. A sua, também pode ser você e a vida que você leva é exatamente a escola que irá te ensinar.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Felicidade é simples

Foto: Conceição Cardoso
Deitado na praça, me sinto mais tranquilo e menos sozinho. Engano-me com a companhia dos passantes. As crianças brincando na praça, pareciam os netos que não tive jeito de ter. Fecho meus olhos e me imagino correndo com elas. Sinto-me feliz por recebê-las em minha casa, com quintal amplo e cheio de possibilidades para brincar. Aos domingos veem aos montes. É o momento que me sinto mais vivo e alegre, domingo de manhã. Acordo cedo, tomo um banho na bica de lavar as mãos, penteio o cabelo com o pente velho que carrego a mais ou menos quarenta anos. Vejo-as chegando, as recebo com um sorriso. Quando me é permito, passeio entre elas, troco palavras. Outras vezes, na maioria, me contento em apenas ouvi-las sorrir. Uma infância que eu deixei pra trás em meio a tantas dores que preferi esquecer. Sou feliz, com os pássaros que crio livremente pelas árvores. Tenho o céu estrelado como o teto da minha noite. Me alegro com a brisa do dia, com o vento batendo nas árvores. Meu despertador é a vida que bate em mim e lambe os meus cabelos despenteados. Tenho Deus como companhia diária. Com ele converso, troco segredos e até danço uma cantiga ou outra. Aqui, me sinto protegido do mundo, sem cercas elétricas ou alarmes. Sinto que vivo a vida intensamente, numa paz interior que me acompanha. Não troco por nada o que sou, meus pés descalços prontos pra receber a energia da terra, a energia da vida. Tenho o prazer de estar vivo e receber todas as pessoas do mundo de portas e braços abertos. Assim, sinto que sou mais perto de Deus, assim me sinto melhor que tantos outros que se sentem tão mal, tendo tanto.

Essa moça

Foto: Inês Costa
Que moça era aquela com cara de Alice, não se dizer. Não sabia do seu nome, dos seus gostos e nem desgostos. Parecia triste, mas ao mesmo tempo repleta de alegria dentro de si. Porque haveria de se esconder a alegria, eu também não sei. Assim como não sei dos seus amores, de onde mora e nem de onde veio. Parecia apaixonada, embora a paixão seja enganosa e nos confunde o tempo todo. Talvez estivesse apenas descansando de um grande período de descobertas, como é a vida dos adolescentes. Ou ainda, pudesse estar fazendo uma pausa, um intervalo entre um rompante e outro, para conhecer melhor a si mesma e reconhecer o seu destino. Que moça era aquela com cara de Alice, não sei dizer. Pouco me revela a aparência que ela tem. Faço julgamentos, suposições. Imagino quem seja esta moça deitada na grama de vestido de fada. Se espera um príncipe, se beijou um sapo, se terá final feliz, apenas suponho. Não sei dizer. Dos outros é bem mais fácil imaginar, saber a respeito deles exige intimidade, ainda assim não estaremos livres de julgamentos indevidos, nem assim.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Esquecer é esforço

Foto: Brida
Sempre me esforço pra esquecer alguma coisa. Um esforço diário e contínuo que me é necessário tanto quanto o ar que eu respiro. Não cabe em mim todas as coisas pelas quais passei, ouvi, senti ou até mesmo vivi. Sempre tenho a urgência e a pressa de descartar algo para que possa caber ainda mais daquilo que espero vir. Os pesos que carrego me impedem de ser leve o suficiente para carregar as novidades que estão por vir. Por isto, insisto tanto em esquecer tantas coisas. As palmadas da infância, os abraços que não recebi e as palavras de amor que quantas vezes esperei de quem mais precisava. Insisto em esquecer os medos e tudo aquilo que me fez sofrer. Tento esquecer o que doeu e machucou. Tento não arrancar as cascas das feridas que estão por ser curadas. As vezes fracasso, cutuco e arrasto comigo toda esta babagem desnecessária. Por isto, esquecer é um esforço diário. Todos os dias me esvazio um pouco que é pra caber em mim as alegrias que me traduzem não os pesos que me encolhem.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Este velho conhecido


Foto: olhares.com
De todo inimigo que se possa ter, o medo é o maior. Não que você deva temê-lo, mas é de bom gosto evitá-lo. Se não der, combata-o. Não sei te dizer como e qual a melhor forma de fazer para derrotar o medo que você carrega consigo. Existem tantos e de tantas formas que não consigo encontrar a fórmula exata para expulsá-lo de nossas vidas. E se alguém aí souber, por favor, não tarda em me contar porque tenho pressa. Os medos paralisam, incapacitam, adoecem, mutilam e entorpecem. Não sei que outro mal há no mundo maior que o medo. Talvez a maldade, mas esta provavelmente está interligada em algum medo, como tantas outras coisas ruins também estão. Dizem que a fé nos afasta de todo medo. Creio que seja sim uma verdade, mas não sei o quanto da fé é necessário usar. Vale tentar, que é bem melhor que se acomodar no medo e não partir pra execução de nenhum de seus sonhos, dos mais simples aos mais exagerados. Vejo que os que menos temem, mais alcançam. Mas por favor, não pensem que todo medo é ruim e que extirpá-lo da sua vida seja a melhor solução. Não. Medos nos mantêm vivos, numa medida exata que é difícil alcançar, mas sabe-se pequena. O excesso de medo é, na maioria das vezes, letal. Mata tanto a quem sente quando o torna assassino. Medos, independente de quais sejam eles. Uma lista infinita e enganadora, que nos tira a capacidade de ir além. Não sei qual é o seu maior medo, mas é bom preparar-se para enfrentá-lo. Cedo ou tarde, quer queira ou não, irá se deparar com ele e vença o que for melhor. Estarei daqui, do meu combate, torcendo para que o medo seja sempre um fracassado diante da nossa capacidade de viver.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Primeiro passo

Foto: Paulo Henrique Alves Ferreira
Era como se o mundo fosse todinho meu. Uma sensação de liberdade, de ter nos pés a possibilidade de experimentar a vida de uma maneira que nunca havia experimentado antes. Uma sensação de poder, não de autoritarismo, mas de um poder fazer o que quiser, de poder estar de pé e dar os passos, fazer as escolhas que fossem necessárias. Escolher agora, me parecia algo bem mais possível do que antes, tão limitado era o meu poder de decisão. A partir de agora, tenho a sensação de que sou livre e que possuo múltiplas escolhas que eu mesmo poderia optar. Sinto o meu corpo mais firme, assim como está mais segura a minha visão do mundo. Impressionante como tocar o chão, me torna mais próximo e mais pertencente a tudo o que está a minha volta. Posso sentir a vibração da terra. Posso viver e experimentar a energia da vida. Assim, com os pés no chão me sinto mais pronto para voar. Depois de pisar o solo pela primeira vez, posso tomar impulso para ir mais além, saltar para tudo aquilo que quero descobrir e retornar sempre que for necessário dar mais um passo adiante. Que seja assim, apenas o começo de toda esta minha caminhada.

Amor sem julgamentos

Foto: José Luis Cunha
O amor não tem fórmula pra acontecer. Muito menos a liberdade que temos tem regras a seguir, ordens a cumprir ou censuras pra ouvir. Um monte de bobagens diz a sociedade que tenta impôr limites a um amor que está cada vez mais raro de acontecer. Não falo destas transas fúteis, efêmeras e fulgazes. Falo de um amor eterno, constante, que na maioria das vezes é comportado mas vez ou outra usa de uma adrenalina pra fever. Não falo dos amores mornos, frios ou sem temperos que vemos por aí. São estes que alimentam as estatísticas do divórcio, do descaso e da efemeridade do amor líquido que escorre pelas mãos da atualidade. O amor sólido tem lá seus estados diferenciados, que o permite ser quem é, apesar de transitar por tantas máscaras diferentes o tempo todo. O amor não se esconde e é revelado da maneira mais inusitada que podemos imaginar. Não julguemos nada, nem o amor. Não há medidas para saber o seu tamanho nem fórmulas para saber sua veracidade. O amor acontece simplesmente e se basta. Não é mensurado pelos olhos curiosos dos outros, mas vivido pelos corações que a ele se renderam. Do amor, só sabe aquele que o sente, ninguém mais. O amor é livre para ser quem é, pra acontecer do jeito que quiser. Quem o recebe, faze-o sem saber a medida e deve lhe ser grato, pois num mundo de desamor, tê-lo ainda que pouco, tem sido uma das mais valiosas experiências que se pode imaginar.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Sonho de menina

Foto: Eliseu Ritter
Mais do que quem realmente era, importava-lhe o que viria a ser. Mal sabia das coisas presentes, das brincadeiras de infância, amarelinha ou pular corda. Não tinha paciência com bonecas, muito menos sonhava ser professora. Passava grande parte do tempo imaginando o futuro e isto era a sua melhor brincadeira de criança. Imaginava-se de perua a executiva. Carros importados, cargos elevados. E desde já, ensaiava as broncas nos subordinados que teria, inclusive o marido. Podia se ver andando no shopping, numa tarde bem no meio da semana, cheia de sacolas e quem sabe até um motorista particular. Gostava de programas de moda, da maquiagem importada da mãe. Não sabia do desgosto, nem do mal gosto. Gostava daquilo que era bom e imediato. Não sabia esperar, fosse um presente, uma pessoa ou até mesmo o futuro que era imenso e cheio de possibilidades. Ela não queria muitas, apenas uma lhe bastava: ser uma mulher de sucesso. Não, não o sucesso como mãe, esposa e uma sabedoria que poucas mulheres conseguem ter. Sucesso, para ela, era o poder e a sensualidade que só uma mulher consegue ter. Desejava ser admirada pelas coisas que possuia, não pelas que conquistava no percurso da vida. Aliás, o percurso que ela considerava longo e demorado, tal era a sua urgência em chegar logo onde desejava chegar. Infância, não sabia o seu significado. Desejava a vida adulta de uma maneira voraz. Não se conformava com o tempo que a vida leva pra acontecer e, desde já, calçava os sapatos e vestia-se das jóias da mãe e corria para o espelho. Todos os dias esta era a sua rotina. Uma maneira de fazer o tempo girar, de chegar mais perto daquilo que lhe era importante e negar a realidade que tanto lhe incomodava. Queria-se mulher, o quanto antes possível e já amava a mulher que viria a ser: fútil e sem conteúdo, autoritária e bem sucedida. Desconfio que esta auto-estima lhe será útil, quando seu sonho de menina lhe roubar a alegria que ela nem imagina ser capaz de existir.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pés cansados

Foto: Jorge Figueira
Meus pés cansados, saíram pra passear. Cansados de correr dos problemas, de pisar no próprio calo. Cansados de caminhar distraído, de apertar o passo. Meus pés cansados, saíram pra passear. Decidiram se livrar dos sapatos apertados, dos chinelos gastos e velhos. Saíram descalços pra qualquer lugar, qualquer lugar acima do chão onde possa pisar frouxo que é pra ser mais suave e leve o meu caminhar. Meus pés, livres, saíram pra descansar. Descansar das corridas, dos trancos e barrancos. Descansar do peso que costumo carregar nas costas, em vão, eu sei. Que o descanso dos meus pés seja doce, não eterno. Que seja leve seu caminhar por onde houver esta liberdade. Que o chão, ora frio, ora quente, saiba equilibrar a temperatura da minha vida e do meu humor. Que possam sentir a grama, que possam sentir a água. Meus pés, cansados, já não se cansam tanto mais. Vez ou outra, arranco os sapatos e os levo pra relaxar. E depois do descanso, sigo tranquila em passos livres e suaves, porém seguros, certa de onde vou chegar.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

ASSIM DEVE SER

Foto: J. Pedro Martins
Esta coragem. Esta audácia de ser quem é e fazer aquilo que acredita. Tomar atitudes, partir para ação. Sair da poltrona. Estar ao ar livre, onde tudo pode acontecer. Perder o medo. Não ter insegurança. Estar consciente de tudo aquilo que se quer e de tudo aquilo que de fato é. Agir e não só pensar. Sobretudo, viver e permitir-se. Ter a liberdade, viver a liberdade. Usar o livre arbítrio. Agir. Reagir. Fazer acontecer aquilo que se sonha. Saltar. Pular. Cantar. Gritar. Calar. Meditar. Relaxar. Saber dizer não, quando se quer dizer não. Dizer sim com sinceridade. Ser verdadeiro e honesto consigo mesmo e suas emoções. Ser quem você é. Viver a vida que se propôs. Não carregar mágoas. Perdoar as ofensas. Não remoer a raiva. Preencher o coração de amor. As veias de tranquilidade. A alma de serenidade. Ter a mente leve. Ser leve, sem peso nas bagagens. Libertar a coluna dos pesos dos problemas. Deixar pra trás o que não vale a pena. Sorrir. Sorrir de novo e quantas vezes se fizerem necessárias. Rezar. Não somente orações repetidas mas conversar com Deus, como quem conversa com o melhor amigo. Ajudar o próximo. Amar as pessoas. Alegrar o coração. Aventurar-se. Correr riscos sem o risco de se arrepender. Ser. Estar. Em cada momento de cada vez. Aceitar o que não se muda. Mudar o que é necessário. Cada coisa em seu lugar e a gente na gente mesmo. Esquecer os outros. Libertar-se dos preconceitos. Viver a vida, simplesmente. E amar a si mesmo, da maneira mais honesta que puder amar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Miopia


Foto: Isabela Daguer
Completamente míope. Uma miopia que não pode ser detectada por nenhum oftalmologista. Não aparece nos exames clínicos mas se revela no cotidiano. Não usava óculos, também, não lhe era necessário. Os óculos não a fariam enxergar aquilo que não conseguia ver, por um tipo de cegueira que não impedia de ver os outros, apenas a si mesma. Se olhava diariamente no espelho. Vezes mais motivada, passava um batom rosa choque e saia satisfeita. Nos dias mais tristes, lavava o rosto e no máximo passava um rímel pra disfarçar os olhos caídos que o desânimo lhe dava. Olhava-se, mas não se enxergava de fato. Sentia-se bonita em alguns dias, mas não tanto. Também não se achava a pior das criaturas, mas tão pouco especial entre elas. Era como as outras pessoas que circulavam por aí, nas ruas de uma cidade grande ou pequena, tanto faz. Uma beleza comum, numa vida comum. Por não ter a capacidade de enxergar quem era, permitia-se ser aquilo que os outros desejavam que fosse. Não era feliz deste jeito, mas era a forma com que fazia-se um pouco mais interessante aos olhos de quem convivia com ela. Namorava, mas não quem gostaria de namorar. Namorava quem a havia escolhido e, por isto, abria mão de si mesma e de seus sonhos, pra arrastar uma imagem falsa de amor que lhe fazia sentir mais amada que estar só. Não sabia conviver apenas consigo mesmo, por isto, não se permitia solteira. Era uma farsa pra si mesma, uma pessoa que desconhecia ser. Mesmo com medo, muito medo, do que iria descobrir sobre si mesma, decidiu se ver numa lente de aumento. Talvez, ela lhe revelasse o que era por dentro, por detrás dos poros abertos resultados de uma adolescência com espinhas. E embora desviasse o olhar, tentasse fugir, a imagem que lhe foi refletida era de alguém muito melhor do que podia imaginar, com uma coragem suficiente pra virar o jogo e ser alguém que talvez na infância tivesse ensaiado ser.

domingo, 16 de maio de 2010

Na boa!

Foto: J. Pedro Martins
Não gosto de ordens e nem desordens. Prefiro que me deixem à vontade pra fazer aquilo que eu quiser. Melhor, prefiro ser quem sou sem a interferência de ninguém. Não sou mais criança pra ser moldada por opiniões de adultos. Tenho as minhas próprias e são muitas, teimosas. Não gosto de palpites e nem fofocas ao meu respeito. Em vão, acreditam que eu sou aquilo que imaginam que eu seja, poucos conhecem a verdade. Ninguém pára pra conhecer alguém tal qual é. Insistem em criar rótulos, expectativas que fantasiam a realidade dos outros, como se já não bastasse a fantasia que criam pra si mesmos. Sim, sou teimosa e as vezes pareço arrogante com esta atitude de me deixem quieta. Mas é um sentimento de preservação da espécie de mim mesmo, como se disto dependesse a minha sobrevivência, espero que entendam. Eu mesma já me coloco regras demais que não consigo seguir. Não quero incluir as dos outros e tento me livrar daquelas que já enfiaram na minha goela abaixo. Ando sufocada com com tudo isto. Me liberto, quando olho pra mim mesma assim do alto, ou à beira de um rio qualquer. Daí me vejo como sou, limites e virtudes que se misturam e criam esta unicidade que há em mim. Apesar de tudo, gosto do que vejo e sei que vale a pena acreditar nisto. Fora de mim, ouço apenas uma voz que me fala macio e me guia pelo caminho. Nunca me fez falhar, senão quando preferi ouvir a mim mesma. Pra esta, abro mão da teimosia de insistir nas minhas verdades. Os outros, tento não ouvir e não me abalar. Embora, não seja fácil impedir que os outros atropelem nosso caminho. Mas daqui do alto, vejo o quanto andei e quanto ainda tenho que caminhar. Sigo em frente, na certeza de que não estarei sozinha, mas serei eu mesma o tempo inteiro com quem tiver que estar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Minha menina


Foto: J. Pedro Martins
Como toda criança, ela não perde os detalhes. Olha ao redor com um sorriso contagiante. Vê beleza no feio, no antiestético. Aprecia as diferenças, aquelas que assusta a maioria das pessoas, inclusive a mim mesmo. Olha para as ruas, as pessoas em meio ao trânsito. Não entende, as vezes entende, porque a maioria anda tão estressada e mal humorada. Repara sem fitar os olhos com arrogância. Salta de alegria quando alguma coisa dá certo. Se entristece quando outras vezes, seus sonhos dão errado. Mas não se entrega. Permanece de pé, com este olhar faceiro de menina levada. Destas que apesar de pequenas, sabem o que o quer. Nunca foi de bater o pé, ou fazer pirraça. Soube em todo o tempo, aceitar as coisas com serenidade. Quisera permanecesse assim, quando criança deixasse de ser. Difícil, porque serenidade é coisa de criança que a gente perde com o tempo, e não devia. Toda prosa, encanta a todos que por ela passam. Dizem ver uma luz nos olhos, ao redor ou até mesmo em seu sorriso. Escolhida de Deus, disse uma profecia. Também acho que deve ser. Sempre foi boa menina esta moça de trancinhas que me persegue. Vez ou outra cometeu umas bobagens, umas ansiedades quaisquer. Mas tem um coração gigante, um abraço sincero e gostoso e um jeitinho que só ela tem de me fazer seguir adiante e levar comigo, quem mais quiser.

sábado, 1 de maio de 2010

A vida é trabalho


Foto: Nuno Manuel Baptista
Viver dá trabalho. Não é necessário uma carga horário de quarenta horas semanais. As vinte e quatro horas diárias de vida é uma carga muito mais pesada. Remuneração não vem em dinheiro. Há de ter suas recompensas por um trabalho bem feito. A saúde pra aproveitar os tempos livres e ter disposição para executar as tarefas. Um bom sono que é pra recuperar as energias para o dia seguinte. A paz de espírito que é pra não se tornar pesado, mais pesado que a vida possa carregar. Ser uma companhia agradável que é pra não ficar sozinho, porque trabalhar sozinho esta jornada da vida não deve ser nenhum pouco prazeiroso, pode acreditar. Viver é um trabalho contínuo, sem hora pra parar. Não sobra hora extra, não há banco de horas. Integral, neste caso, é o tempo inteiro, dia e noite. Um trabalho que com ou sem capacitação você é contratado tão logo seja concebido. E ninguém te perguntou se você queria fazer, simplesmente te colocam aqui e pronto. Desistir? Há aqueles que desistem, jogam a toalha, pulam da ponte ou janela, tomam veneno. Bobagem! Viver é para os dispostos mesmo. Para os que acreditam na vida e consideram que vale a pena. Viver é um trabalho para os que a merecem, todos que ainda vivem.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sopro

" Vou fazendo meu caminho, nada pode me parar,
passos largos vou em frente, não tenho nada a perder.
A vida é um sopro.
Já cansei de ser sozinho, de tentar e não conseguir,
vou lutar com sua força, vou olhar com seu olhar.
Preciso de fôlego.
Se em meio a um furacão pareço estar,
em uma brisa eu ouço a sua voz
a me dizer meu filho, Eu sou contigo e serei.
A vida é um sopro".
(Sopro - Samuel Mizrahy)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sapatos vermelhos

Foto: J. Pedro Martins
Sapatos vermelhos sempre me chamam a atenção.
Não sei se mistério, feminilidade ou poder.
Para os bebês, dizem que traz sorte.
Disconfio que não só para eles.

Possibilidades

Foto: J. Pedro Martins
Saiu por aquela porta, sem saber onde ia dar. Estava tudo tão escuro, por tanto tempo, que já não reconhecia as cores. Já não sabia mais da luz. Antes de abrir, exitou. Pensou no mundo de conforto que o escuro traz, no descanso dos olhos. Ao contrário, pensou na ausência das formas, das cores. Luz e sombra, todos têm o seu valor, suas possibilidades. Mas queria experimentar coisas novas, como os jovens costumam querer. Abriu, puxou a porta e viu um mundo completamente novo e diferente. Agora, estava do lado de fora. Não podia mais voltar. Naqueles primeiros segundos, não sabia se havia feito a coisa certa. Saudade da percepção dos sentidos que o escuro nos traz. Agora era hora de reaprender o olhar. Readaptar os sentidos. Parecia cansada, não fisicamente, mas esteticamente cansada. Mas logo saberia o que fazer. O primeiro momento é sempre adaptação, depois a ação toma conta e já posso vê-la correr para percorrer o mundo de novidades que a espera.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nas folhas de outono

Foto: Marcelo Krelling
Me esparramo pelo chão sem a paciência de apreciar estas folhas e o céu de outono que eu tanto gosto. Minha cabeça, cheia de ansiedades, tem pressa de viver o futuro que sabe Deus o que trará. Tenho dificuldades de viver o presente, sem esperar demais o que virá. Esta ansiedade que me tira o sono, a sensação do corpo, que me rouba o fôlego pra ser feliz. Sou feliz. Mas seria ainda mais se soubesse caminhar sem pressa. Observaria mais ao meu redor, celebraria os instantes da vida, que é deles que ela é feita. Seria mais eu mesma, lapidaria meus defeitos com mais assertividade. No entanto, tenho tido diversas tentativas em vão. Busco soluções pra problemas que desconheço a origem. Ou conheço, mas prefiro fingir que não. Temo escavar minha alma e encontrar nela dores maiores que as que já enfrento. Sei que é na escavação que se encontra os tesouros, bobagem minha. Mas é esta pressa que me faz seguir em frente, sem perder tempo comigo mesma. Daí sigo aos pedaços, aos cacos e não por inteiro como devia ser. Queria mesmo, agora, neste instante, deitar sobre o chão repleto destas folhas de outono. Olhar para o céu e parar por um momento que seja. Não pensar em nada. Apreciar tudo, tudo ao meu redor. Tenho muito a celebrar, eu sei. E quero comemorar tudo isto que tenho, esta vida tão cheia de soluções onde os tropeços da pressa parecem tornar em problemas. A vida moderna é mesmo um caos. Queria mesmo é ser como antes, onde o banco da praça era disputado por pessoas sem pressa, que saboreavam a vida debaixo da sombra de uma árvore e jogando conversa fora com os amigos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ao mesmo tempo

Foto: Bubles

Ao mesmo tempo que me falta o fôlego, me resta um sopro. Enquanto o coração dispara, sei lá se insegurança ou medo, ou as duas coisas ao mesmo tempo, dispara na expectativa de que algo irá dar certo, muito certo. Não sei se assim sou, mas estou assim ultimamente. Uma mistura de crença e descrença, confiança e insegurança onde o que é positivo quase sempre tem se sobressaído aos pensamentos negativos que permeiam. A pressão aumenta, mas inevitavelmente a esperança também. E este sorriso que não se apaga do meu rosto facilmente, este bom humor que aprendi a cultivar apesar dos pesares, é o que me leva adianta combatendo a tristeza e o mau humor ao meu redor. Vez ou outra eles me pegam, batem na minha cabeça que fica algumas horas ou dois dias martelando. Mas passa no primeiro abraço, no primeiro gesto de compreensão e animação que me vier. Ao mesmo tempo, todas as coisas acontecem em mim. Por mais que eu tente, não consigo viver sem esta duplicidade. Esta sou eu, avessos e contrários, tudo ao mesmpo tempo agora, numa mesma pessoa. Talvez seja hora de parar de combater isto e aceitar. Talvez seja isto que me mantenha viva, então, melhor deixar.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

No escuro

Foto: Nuno Boavida
Se um dia viesse a se casar, seria de preto. Ou roxo. Não via muita cor nesta história de casamento. Não acreditava em final feliz. Quando pequena, parava de ler os contos de fadas antes do final. Sabia qual era o desfecho, mentira. Não gostava de fantasiar a vida. Cresceu prática e realista, dizia ela. Para os outros, pessimista. Não perdia tempo com imaginações. Vivia o que tinha que acontecer. Mal sabia da felicidade, nunca a experimentou. Não porque a felicidade não era merecedora de sua vida, pelo contrário, a felicidade se importava com ela. Ela que dava de ombros, virava a costas e fingia não ligar. Seguia em frente. Uma vida sem graça, mas que pelo menos fazia sentido. Uma vida de verdades que ela criara pra si mesma. Vestida de preto, passava despercebida pelas pessoas. Não se fazia notar, embora um ou outro olhar de estranheza fitava seu corpo. Se pensa que era feia, engana-se. Sua beleza era extraordinariamente bela, mas um pouco escondida no escuro da sua vida. Se jogasse luz, talvez fosse modelo, uma daquelas de muito sucesso. Mas queria apenas ser ela mesma, vista como única em meio a tantas pessoas comuns. Talvez por isso fizesse de estranha, pra ver se misturava a estranheza do mundo que ela tanto insistia em não ter.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Todo dia

Foto: Sónia Cristina Carvalho
De vez em quando é pouco. Às vezes é insuficiente. Não que queira a toda hora e instante. É necessário um intervalo, mas que seja pequeno que é pra não dar tempo pra saudade. Saudade é coisa boa, mas dói e não quero sentir dor. Não esta dor de amor. Também não quero pra sempre. Aprendi que sempre não é todo dia, então não me satisfaz. Esta coisa de eternidade é meio vaga demais, porque pode ser um sentimento isolado e o que quero é contato. Acredito no amor de mão dupla, estes que a gente nunca sente sozinho. De platonismo, vivem os psicóticos, não eu. Gosto desta coisa de convivência, deste cotidiano que de monótomo só tem os sem qualquer criatividade. Todo dia é uma nova possibilidade criativa e existe uma fonte inesgotável de criatividade por aí, basta usar. Gosto desta coisa de dormir junto, de roçar meu pé no seu, ou seu pé no meu, o que for melhor. Dividir o mesmo teto, compartilhar palavras, fôlego e sussuro. Esta coisa que só entende os que amam de verdade e fingem entender os que não sabem amar. Por isto, de vez em quando é muito pouco pra tanta coisa pra viver a dois. Palavras pra falar, coisas para fazer, vida pra viver. Esta tal história que eu quero ter pra contar, esta história toda que eu quero escrever da gente não dá pra ficar no papel. Preciso estar com você o quanto for preciso, o tempo que for necessário pra escrever um romance, pra fazer um filme ou quem sabe um filho. Às vezes, de vez em quando, não é tempo suficiente pra tudo isto. Às vezes, chega a hora de ampliar o tempo para 30 horas como fazem os bancos. Às vezes é necessário dormir e acordar junto, de pés descalços pra finalmente fazer tudo isto que a gente pretende um com o outro e quem sabe, até mesmo um pouco mais.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O fôlego no caos

Foto: Carla Salgueiro
Os desabamentos arrastam casas, soterram vidas e até mesmo sonhos. Levam embora os castelos de dois cômodos, construídos como a única fortaleza possível. Sem reboco, mas com um conteúdo cheio de pessoas e histórias para contar. Desabam pessoas, bairros inteiros. Desabam também as lágrimas dos que assistem esta tragédias de perto ou até mesmo pela televisão. Desabam, como se não parassem mais de descer morro abaixo das bochechas do rosto, ora mais ou menos salientes. O gosto do desabamento é amargo, assim como dói as lágrimas que descem pela face da gente. Interrompidos, cessam os desabamentos do choro para as inundações da alma. Bombeiros, anjos travestido de humanos para o auxílio daqueles que perderam quase tudo, menos a esperança. A tristeza que parece imensa como o mar de lama, sofre uma pausa, uma lacuna, para que possamos ver o rosto de uma criança sobrevivente da tragédia de centenas de vidas perdidas. Elas, surgem pelos escombros, pelas frestas da tristeza e reacendem a luz da alegria que parecia tão destruída quanto as casas. É pelas frestas da tragédia que Deus age, percebo. Quando os rostos estão molhados de um choro compulsivo, surge um sorriso tímido que muda todo o cenário daquilo que conseguimos ver através das lágrimas de dor e tristeza. Percebo, mais uma vez, que a a alegria é capaz de surgir de qualquer detalhe, assim como Deus age em qualquer pequenos instante entre um caos e outro. As crianças simplesmente creem, não desistem. Insistem numa vida melhor, ainda que percam todo o resto. Numa capacidade imensa de sobreviver, arrancam sabe-se lá de onde, os cacos de esperança que sobraram e vivem, mais do que sobreviver. Trazem de volta vida à nossa esperança, as vezes tão morta que parece nunca mais ressuscitar. Pelos escombros da vida que parece ter chegado ao fim, surge o fio de fôlego que faltava para seguir em frente, eles e cada um de nós, bem mais que antes.

Devolução

Foto: Antonio Marcos Moreira Pedrosa
Devolvo-lhe aquilo que és. Não posso ficar com aquilo que não é meu, não me pertence. Se retiro-lhe do que és, deixas de ser o que sempre foi. Transforma-se em outro ser, outra história, uma outra vida que não é mais você. Não tenho o direito de arrancar-lhe de si mesmo, como quem arranca uma flor. Arrancada de uma roseira, murcha, seca, morre. O que era vida, já não volta a ser. Por isto, hoje, devolvo a você aquilo que de fato és. Não quero pedaço, nem folhas ou pétalas. Saberei, a partir deste momento, admirar e amar sua beleza tal qual sempre foi e esteve. Inteiro, vivo, completo. Saberei cuidar de você, sem rupturas, respeitando todas as fragilidades que tem e as fortalezas que ajudarei a preservar. Prometo não lhe roubar do que és, amar como a mim mesmo e a preservar a tua vida e história da maneira que você a construiu e que faremos juntos a partir de então.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A mala

Foto: Rosa Ribeiro
Andava com excesso de bagagem. Ninguém da alfândega apareceu, nos últimos 30 anos, para lhe punir ou questionar o que trazia na bagagem. Acredita que os excessos lhe eram necessários. Não sabia da inutilidade. Com pressa, não parou pra pensar. Recostava a bagagem vez ou outra no caminho, trocava de mão e seguia em frente. Dores na coluna, sentia. As dores nada mais eram que o ônus de seguir adiante com todo o fardo que lhe é cabível. A vida era assim, carregar karmas, pensava. E era preciso seguir em frente, sem deixar nada para trás. Seria pecado não dar conta de tudo aquilo que levava. E a mala seguia capenga, arrastada, esfolada, mas seguia junto ao seu corpo. Não importava se de ônibus, trem, avião ou mesmo a pé. Jogada de um lado para outro durante a trajetória, a mala mantinha-se travada com tudo o que havia lá dentro. O que havia ali, eu não sei. Mas não parecia fácil de carregar. Posso dizer isto pela forma com que ela anda, as pernas cansadas, os olhos fundos. A respiração ofegante revela o sufoco que a vida lhe traz. Era hora de parar em alguma estação, aproveitar o atraso do trem e rever a vida. Abrir a mala, revirar passado. Muita coisa poderia ser deixada para trás, pois já não fazia parte do futuro que lhe era reservado. Mas não havia tempo, não para ela. Andava demasiadamente apressada para prestar atenção a si mesmo. Mal sabia do quanto seu corpo era leve, do quanto suas pernas poderia caminhar e até onde era capaz de chegar se para trás deixasse a mala que sua vida havia se tornado.

sábado, 27 de março de 2010

Viva em paz

Foto: Helder Mendes

Sorrisos e gargalhadas que contagiam as pessoas. O silêncio que representa tristeza, ou doença ou a dor de não ter mais presente aquela sensação gostosa de uma criança por perto. Umas muito amadas, desejadas e esperadas. Outras, desaparecidas ou perdidas pelas ruas, orfanatos ou sabe Deus onde estão. Há ainda as que já se foram, não por vontade própria e acredito eu, nem por vontade do Pai. Seus sorrisos são apagados, pra sempre retirados da vida. Quem já viveu com uma criança sabe o quão anjos elas parecem ser, ainda que sejam agitadas e peraltas. Sinônimo de esperança, de continuidade da vida. São a certeza de que no futuro, tudo poder ser diferente e melhor. A dor de não tê-las por perto, principalmente quem as teve, não se apaga junto com seu sorriso. Pelo contrário, começa ali. E é tamanha, tamanha, que se comove com a dor dos outros, num movimento solidário que acorrenta pessoas de todos os lugares, de todas as nações e nacionalidades para um mesmo propósito, uma mesma comoção. As crianças são o que há de mais puro num mundo tão cheio de maldade. As vezes, maldade que vitimiza estas crianças e as levam antes da hora para junto de Deus que lhe deu a vida. Isabellas, Thiagos, Daniellas, Pedros e tantas outras que se foram cedo demais. O movimento solidário que se cria em torno destes sorrisos silenciados é triste ao mesmo tempo bonito de se ver. É uma sede de justiça, um clamor pela esperança, um grito de socorro. Cada caso que se resolve, de cada uma destas pessoas, é como se resolve dentro de cada um dos que sofrem, um pouquinho da justiça que clamam, embora isto não acabe com a dor, mas minimize o sofrimento que ela causa. São pais, amigos, jovens, velhos, pessoas que ainda esperam por uma vida mais justa, por pessoas mais honestas e verdadeiras, por uma justiça além da divina. Cada caso, como Isabella, concluído, alivia a dor de tantos outros que ainda não se resolveram. Gera esperança para os que ainda esperam por um reencontro, por um cuidado, pela justiça. Dorme em paz, onde estiver. Sorria, sinta o sabor do vento em seu rosto que agora, onde estiver, está em paz. Vá até aquelas crianças cujos pais ainda sofrem e os abrace. Faça ciranda com eles, cantem um louvor e transbordem a felicidade que é pra ver se aqui embaixo, possamos dormir um pouco mais tranquilos e viver em paz.


sexta-feira, 19 de março de 2010

Quietude necessária

Foto: autor desconhecido

Que me deixe quieta, que quietude é armazenamento de energia e força. Em dias assim, não me venha com festas, gritos e euforia. Seja manso e permissivo com a minha vontade de estar comigo mesma. Não que eu seja má companhia, nem você. É que as vezes é necessário estar mais perto de mim, no silêncio e na ausência dos outros. Só assim consigo me ver melhor, conviver comigo mesma. É quando descubro o que realmente quero, quem eu sou e o que pretendo fazer daquilo que sou. A quietude é o preenchimento do vazio que muitas vezes só a gente mesmo consegue preencher. É preciso autopercepção para que se tenha autoconhecimento. Então, em dias assim em que eu estiver quieta, entenda a minha calmaria. Ela é necessária para que eu esteja pronta para interagir com os outros, com o mundo inteiro se preciso for. Depois destes instantes, estarei pronta para me dar a vida, da melhor maneira que alguém pode dar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Não envelhece nunca

Foto: Marta Bucher

Dizem por aí que o amor não envelhece. Passei muito tempo da minha vida sem entender como isto podia acontecer. Cheguei a acreditar que amores não envelheciam por morrerem antes da idade chegar. Outras vezes, achava que ele se transformava, ao longo do tempo, em uma amizade eterna e duradoura, mas aí não era amor, era a amizade que durava no tempo. Cheguei a pensar as mais diversas coisas, fruto da minha observação dos amores mais idosos. Não consegui respostas. Daí, chegou a hora de ir atrás do meu amor, mas nenhum me trouxe respostas diferentes das suposições que moravam na minha cabeça. Até que um dia, amei. E os dias foram passando e este amor não passava. Se instalou na minha vida de uma maneira diferente dos amores que eu via ou imaginava ter vivido antes. Se é que vivi. A cada dia, este mesmo amor, com mesmo nome e sobrenome, valente, permanecia dentro de mim. Andava comigo para onde quer que eu fosse. Sozinha, distante, longe, perto. Ele sempre estava aqui comigo. Mas nunca era o mesmo. Todos os dias, numa capacidade impressionante, ele se transformava. Renovava suas forças e energias e era um amor novo. Um olhar de quem vê pela primeira vez. Um amor feito como a primeira vez. O coração batendo como aquele dia, do primeiro beijo. Os mesmos arrepios que não passaram com o tempo. Mais que isto, se espalhavam pelo meu corpo como um amor que não pudesse caber mais em mim. Transborda, renova, vive. O amor não envelhece, agora eu sei. Não porque morre antes de ser velho, mas porque não se permite velho por ser amor. O amor é feito adolescente, puro como criança e determinado como um adulto que sabe onde quer chegar. Quando pequena, mesmo que não imaginava que isto fosse assim tão possível, era esta a minha tradução do amor. E foi este amor que traduziu em mim o que ele realmente é.


quarta-feira, 17 de março de 2010

Excesso é limite

Foto: autor desconhecido

"...o excesso de gente impede de ver as pessoas".

(Mário Quintana)


segunda-feira, 15 de março de 2010

Celebração do ciclo...

Quando um ciclo se fecha, outro se abre. Um processo contínuo de aprendizado. Viver é esta constante o tempo todo. Seguir em frente e adiante. Cumprir a missão de ser alguém, não qualquer pessoa. Quando um ciclo se fecha, outra recomeça em seguida. E aí é caminhar para uma nova empreitada. A vida é esta jornada que não tem fim. Nem quando termina. Um eterno recomeçar, um eterno aprendizado. A vida é desafio, é coragem. É o que espera de nós. Nada, nada é em vão. Tudo vale a pena. Basta um olhar atento, uma percepção mais apurada. Como um ciclo que se renova, sem se repetir. Nunca é igual, há sempre algo diferente. Uma oportunidade de corrigir os erros, de alcançar vitórias. Os ciclos servem para isto. São para os que não têm medo de viver uma vida com início o tempo todo, sem pressa de chegar ao final.