quarta-feira, 29 de junho de 2011

LEVEZA, BEM VINDA!

Foto: Valter Patrial
Esta leveza que almejo vai além da leveza de uma tranquilidade momentânea. Esta leveza de que falo é muito além da leveza dos quilos a menos, das preocupações que vão embora. É uma leveza muito maior que todas estas que nos vêm a mente quando pensamos em ser leve. A leveza de que falo, esta que busco insensantemente, esta que desejo muito mais do que tudo e todas as coisas é uma leveza que me torna capaz de realizar e acreditar em impossíveis. Uma leveza como a garça que é capaz de andar sobre as águas. Uma leveza que é capaz de sorrir em meio as maiores tristezas que a vida pode nos apresentar. Uma leveza que é capaz de causar espanto na grande maioria das pessoas, leveza que me leva contra as correntes da maré deste mundo e que ainda que eu esteja na contramão da maioria não me faz cansar. Esta leveza de que a maioria desconhece e uma minoria me apresenta. Quero ser parte desta maioria leve, que confia plenamente na resolução das dificuldades, na superação dos limites e nos impossíveis que são capazes de acontecer aos nossos olhos. Quero a leveza que me leva para tantos lugares bacanas que pesada, não consigo ir. Uma leveza que afasta os maus pensamentos e as más linguas. E se não as afasta, me torna completamente capaz de não me importar com elas. Quero a leveza destes poucos, não porque mereço mas porque desejo. Não porque sou melhor, mas porque quero ser melhor a cada dia. Não pra mim, mas para que sendo leve eu possa representar leveza na vida daqueles que carregam fardos pesados no dia a dia. E leve que sou, possa amenizar o peso que carregam. Ah, a leveza. Esta como das bailarinas, mas tão leves que as tornam como anjos. Esta leveza humana que é ao mesmo tempo tão divina. Quero esta leveza. Não sei como irei alcançar, mas acredito que estou a caminho dela. Para ser leve, o primeiro passo é querer. Leveza, eu te quero e te busco e quero te dar espaço em mim. Bem vinda!

terça-feira, 21 de junho de 2011

POR MIM MESMA

Foto: autor desconhecido
Ninguém é um pacotinho de presente para trazer a alegria para a vida do outro. Fazer o outro feliz não é causa da minha existência, nem da sua e nem de nenhuma outra pessoa. Tenho certeza que não. Deus, quando pensou em me trazer ao mundo, não pensou só na alegria da minha mãe, do meu pai, irmãos e de quem fosse passar pelo meu caminho e eu pelo dele. Antes, pensou em me realizar como pessoa e me dar possibilidades de realizar aquilo que Ele planejou para a minha vida. E os planos que fez, são meus, para mim, não pra mais ninguém. É que muitas vezes na vida nos esquecemos disto e vivemos acreditando que temos que abrir mão do que somos, dos nossos sonhos e felicidade para realizar a felicidade do outro. Nos sentimos responsáveis em fazê-los crescer e amadurecer. Queremos poupar aqueles que amamos do sofrimento em relação à vida, acreditamos sermos capazes de fazê-los enfrentar os problemas quando, na realidade, cada um é o único capaz e responsável por passar e enfrentar aquilo que lhe é necessário. Bem ou mal, todos nós somos capazes de passar por todos os obstáculos que vieram à nossa frente. Não digo que tenhamos que ser egoístas ou que estamos fadados a caminhar só. Mas a companhia do outro, a compreensão e auxílio, não podem vir como obrigação ou responsabilidade, mas pelo simples fato de ambos quererem crescer e amadurecer juntos diante das dificuldades e da superação que for exigida ter. Isto é maturidade, saber qual é o nosso papel e qual é o papel do outro que está ao nosso lado e vigiar para que não misturemos os personagens e façamos uma bagunça na cena da vida. Descobri que felicidade, esta que todo mundo procura, começa quando nos permitimos ser quem somos. Mais que isto, a felicidade acontece quando aprendemos a ser o que somos e fazemos isto sem preconceitos, vergonhas ou timidez. A ousadia de ser quem é, de cavar os próprios caminhos e de realizar aquilo que a vida lhe propôs é o que abre as portas para que a felicidade entre e venha acontecer dentro da gente. Não dá pra ser feliz sendo o coadjuvante, ajudando o protagonista da história a exercer o seu papel. É preciso acontecer com ele. Nós mesmos somos os responsáveis pela nossa felicidade, mais ninguém. O mesmo para as infelicidades que não são os outros que nos causam, por mais que nos magoem ou nos marquem negativamente na vida. Não. A felicidade ou a tristeza, e todas as outras coisas são frutos das escolhas que nós mesmos fazemos ao longo da vida. Por isto, esteja atento aquilo que escolhe ser ou fazer hoje. As escolhas definem os caminhos e sentimentos que irão brotar ou morrer dentro de você. Não permita ser invadido pelo outro e nem se permita esvair de si mesmo para entrar na vida do outro. Centralize em você mesmo suas energias e pensamentos e quando sua vida esbarrar na de alguém que precisa de ajuda, ajude se aquilo lhe fizer amadurecer ainda mais. Faça até onde lhe são permitidos os limites e não os ultrapasse. Acima de tudo, não abra mão de ser você mesmo em tudo e de ser feliz o máximo que puder. Foi para isto que você foi feito, é para isto que o mundo lhe dá centenas de possibilidades. Escolha as melhores, enfrenta as piores se necessário for, mas permita-se a felicidade que tem pouco tempo pra acontecer, mas é a única razão pela qual vale a pena viver.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

ESPERAR É PRECISO, CONFIAR TAMBÉM

Foto: Gettyimages
Tenho inúmeros limites nos quais me esbarro todos os dias. São as minhas fragilidades, as dificuldades que encontro em ser eu mesma, viver o que vivo e aceitar o que me acontece. Todos nós temos, uns mais fáceis de admitir que outros. Destes tantos limites com os quais me esbarro todos os dias, está a dificuldade de esperar.  Não consigo esperar de forma tranquila quase nenhuma coisa. Não saio desesperada, roendo unhas, mordendo cotovelo e chutando o balde por aí por causa disto. Mas não me sinto confortável no papel de quem espera. Herdei da minha mãe, tenho certeza. Mas não pretendo levar esta herança pela vida toda. Não quero deixar este meu limite para os meus, vamos passar coisas boas porque esperar é preciso e a gente tem que aprender com isto. Pois bem, tô aqui no banco de espera como todo dia acontece com todo mundo. Não falo de banco de consultórios embora estes também sejam um tédio de aguentar. Estou falando do banco da espera da vida cotidiana, quando esperamos respostas, resoluções e retornos. Quando a gente já fez de tudo o que pode, tudo o que nos foi possível e só nos resta esta palavrinha mágica, esperar. Esperar o telefone tocar, esperar a hora de ligar de novo. Esperar as boas notícias, esperar as ruins também. Esperar que tudo fique bem e se resolva. Esperar a hora certa de falar, a hora certa de calar. Esperar, dando tempo ao tempo. Esperar em Deus. Ah, que pecado, mas tenho uma imensa dificuldade de também esperar por Ele e talvez este seja o limite que mais me impede de ser a cristã que quero ser. Esperar é preciso, porque nada na vida está totalmente nas nossas mãos. E o tempo do outro não é o nosso tempo e o tempo de Deus não é tempo de nenhum de nós. Ou seja, relógios nunca têm o mesmo horário e as coisas acontecem quando têm que ser e pronto. É preciso esperar. Tédio, ansiedade, inquietação, medo. Pacotinho que vem junto quando esperar se torna tarefa difícil de executar. Mas aí, é preciso saber driblar tudo isto com uma outra palavra que temos que ter em prática, pra não perder o jogo de cintura necessário: confiança. Esperar exige confiança em si mesmo e no outro, acima de tudo, confiança em Deus. Quem confia, espera sempre o melhor. E ainda que não seja tão melhor assim, continua confiando que é possível superar e fazer tudo dar certo lá na frente.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

AMIGOS, É ISSO!

Foto: autor desconhecido
Minha percepção de amizade é diferenciada da maioria das pessoas. Errada eu, ou todos os outros, cabe a todo mundo dizer ou opinar. Eu, ainda prefiro continuar com a minha tese de que amizade de verdade não se mede por tempo, distância, presença física, convivência. A tudo isto podemos dar outros nomes, como família, colega de trabalho ou de sala de aula, não amigo. Amigo, pra mim, é aquele que no meio do nada te liga para saber como você está. Amigo é aquele que não consegue se conter quando uma coisa boa acontece na sua vida e sai logo correndo para te contar e dividir a alegria. No espaço da amizade não cabe ciúmes, inveja, egoísmo, autosuficiência. Amizade é uma constante soma de um monte de coisa boa e uma divisão de momentos não tão bons assim, mas possíveis de se tornar especiais graças à amizade. Amigo não é quem te convida para a festa ou aquele que te chama para segurar as pontas quando ele precisa. O amigo segura as suas pontas ainda que você não peça a sua ajuda porque te conhece só pelo olhar. O amigo de verdade é aquele que te compreende ainda que tenha um ponto de vista totalmente diferente do seu. Olha nos seus olhos e te diz verdades com a máxima sinceridade que alguém pode ter, mas com tamanho amor que a dor que a gente sente em se deparar com as próprias falhas não causa estrago e nos faz seguir adiante, sermos ainda melhores. Amizade de verdade é diferente daquilo que encontramos em qualquer esquina. Entre amigos não cabe preconceitos, separações. Ainda que completamente distante, estão sempre em sintonia um com o outro. Amigos são aqueles que você tem a certeza que poderá ligar no meio da  noite e ele saberá que você o fez porque precisava de verdade da escuta dele ou da ajuda, se necessário for. Minha percepção de amizade pode parecer utópica, inantigível, mas é assim mesmo. Porque amigos são tão raros que pouco se sabe hoje em dia a respeito da amizade e muito se confunde com coleguismo, vampirismo ou qualquer outra coisa. Amigo não é muleta das dores do outro, mas o ombro que auxilia a caminhar. Não é alguém em quem você se encosta, mas com quem você caminha junto de mãos dadas. Amigo não é só risos e baladas é também momentos de angústia e perdão. Não é aquele que nunca te corrigiu e te acha perfeito, mas aquele que olha nos seus olhos e aponta as suas fragilidade com total amor e ainda te oferece formas e saídas para se tornar ainda mais forte. Amigos são estes, raros e poucos, com quem a gente tem o prazer de esbarrar na vida. Tantos passam por ela sem saber o que é amizade. Amigos são estes, de infância, de colégio, de faculdade ou de trabalho. Não importa onde você esbarrou com ele ou quanto tempo isto faz. O que importa é que desde de que se encontraram pela primeira vez houve tamanha empatia e cumplicidade que a alegria do outro se tornou a sua, a tristeza se tornou motivo de suas orações e é a primeira pessoa em quem você pensa quando quer dividir os momentos mais marcantes da sua vida. Amigos, é assim que os percebo e assim que os quero ter.