quarta-feira, 5 de maio de 2010

Minha menina


Foto: J. Pedro Martins
Como toda criança, ela não perde os detalhes. Olha ao redor com um sorriso contagiante. Vê beleza no feio, no antiestético. Aprecia as diferenças, aquelas que assusta a maioria das pessoas, inclusive a mim mesmo. Olha para as ruas, as pessoas em meio ao trânsito. Não entende, as vezes entende, porque a maioria anda tão estressada e mal humorada. Repara sem fitar os olhos com arrogância. Salta de alegria quando alguma coisa dá certo. Se entristece quando outras vezes, seus sonhos dão errado. Mas não se entrega. Permanece de pé, com este olhar faceiro de menina levada. Destas que apesar de pequenas, sabem o que o quer. Nunca foi de bater o pé, ou fazer pirraça. Soube em todo o tempo, aceitar as coisas com serenidade. Quisera permanecesse assim, quando criança deixasse de ser. Difícil, porque serenidade é coisa de criança que a gente perde com o tempo, e não devia. Toda prosa, encanta a todos que por ela passam. Dizem ver uma luz nos olhos, ao redor ou até mesmo em seu sorriso. Escolhida de Deus, disse uma profecia. Também acho que deve ser. Sempre foi boa menina esta moça de trancinhas que me persegue. Vez ou outra cometeu umas bobagens, umas ansiedades quaisquer. Mas tem um coração gigante, um abraço sincero e gostoso e um jeitinho que só ela tem de me fazer seguir adiante e levar comigo, quem mais quiser.

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