quinta-feira, 31 de março de 2011

A EFEMERIDADE E O ETERNO EM NÓS

Foto: autor desconhecido

A efemeridade das coisas que são passageiras. A dor que passa e não fica pra sempre. A lágrima que seca. A fome que passa depois de um prato de comida ou porque cansa de doer naqueles que passam fome. A efemeridade do tempo, das coisas deste mundo. Todas as coisas que se vão, até mesmo as pessoas que estão de passagem pela nossa vida. Nada é permanente. Nada. Não que isto seja ruim, porque não acredito que seja de fato. A passagem da vida é necessário para o nosso amadurecimento. Se a vida não passasse, passaríamos por ela simplesmente. Melhor não. Sabendo que terá fim, aproveitamos o máximo o tempo que ainda nos resta e o agora que é eterno. A felicidade está justamente em saber vivê-la. Muitos a têm e a deixam passar, sem fitar os olhos sobre ela e admirar a alegria de ser realmente feliz. Quantos perdem a felicidade por não segurá-la com vontade ou vibrar com a possibilidade de tê-la em suas mãos. Felicidade gosta de festa, não permanece nos que são tristes e apagados. Felicidade fica naqueles que sabem vivê-la bem. Não passa facilmente por aqueles que são contagiados por ela. Ela permanece no sorriso, no tom da voz, no abraço caloroso e na forma de encarar a vida. A efemeridade é muito mais permanente nas coisas fúteis ou àquelas que atribuímos fidelidade. Saibamos viver os sentimentos e eles, não morrem dentro da gente. Posso garantir. As pessoas se vão, o tempo se vai e as rugas chegam, assim como as pernas cansadas. Mas aquilo que vivemos de intenso não vai embora. Tudo o que atribuímos valor é o que fica em nós. Saibamos colocar efemeridade nas coisas certas e eternizar aquilo que realmente é valioso para nós. E assim, saberemos ser felizes e eternos, enquanto durarmos. 



sexta-feira, 25 de março de 2011

FELICIDADE, EU ACREDITO!

Foto: Filipe Pombo

Seu eu acredito nela? É claro que sim, embora muitas vezes me esqueça de acreditar. É que entro na onda do lamento, das murmúrias pelas rabeiras que a vida me dá. Bobeira minha, eu sei. As rabeiras deviam me lembrar ainda mais que a felicidade existe e não me fazer desistir de acreditar nela. Mas eu acredito. Ainda que não o tempo todo, porque felicidade não é algo vivido o tempo todo por todas as pessoas. Temos momentos tristes, de solidão, reclusão. Momentos que vivemos nossas angústias, elaboramos nossas perdas e fraquezas. O que não vale, é ficar preso nestes momentos sem abrir espaço para a felicidade retornar. Ela sempre quer voltar, fica à porta, esperando que a cada dificuldade ou momento difícil, possamos nos abrir a ela novamente e experimentar algo novo, mais experientes e maduros que antes. Eu acredito que ela fica à espreita, espiando pela janela enquanto murmuramos. E acho mesmo que as vezes, deve balançar a cabeça negativamente para as asneiras que pensamos a respeito da vida. Quanta besteira, meu Deus. A gente perde tempo de ser feliz buscando a felicidade em tantas coisas distantes e longe do nosso alcance. E ela ali, do outro lado da porta, espiando pela janela, só esperando a gente convidar pra entrar. A felicidade está nos detalhes, eu sei. Num sorriso bem dado, num bom dia inesperado. No abrir dos olhos pela manhã. A felicidade é a conquista de alguém, a superação de um limite, a aceitação de nós mesmos. Felicidade é viver, ainda que em meio as rabeiras que a vida nos oferece. Felicidade é saber levar a vida enquanto ela nos leva. Felicidade não é onde vamos chegar, mas o caminho que escolhemos percorrer. Podemos ser felizes em tudo, se soubermos olhar com alegria para todas as circunstâncias. Felicidade tem bom humor. Eu acredito nisto, mas ela acredita ainda mais em mim. Mesmo quando a esqueço, ela bate à minha porta. Se acordo de mau humor, ela me dá bom dia. Se durmo mal, ela me oferece um dia inteirinho de possibilidades. Minha melhor amiga, confidente e otimista. Ela me segue adiante, é mais forte do que eu. Mesmo quando desisto dela ela me olha nos olhos e diz o quanto ainda acredita em mim. E quer me fazer feliz, muito mais do que eu mesma me tenho feito. Eu acredito na felicidade. Mais do que eu, é ela quem sempre acredita em mim.

sexta-feira, 18 de março de 2011

FIM DO TÚNEL

Foto: autor desconhecido

Andou por muito tempo sem saber onde estava. Nenhuma referência, placa ou esquina. Ao redor, paredes de pedra que lhe tiravam o fôlego, que lhe impedia a alegria. Nenhuma luz, nenhuma novidade. Todos os dias, caminhava buscando uma saída mas não sabia para que lado estava. Mal sabia se caminhava pelo lado certo. Para distrair os pensamentos, principalmente os maus, rezava. Não aquelas rezas repetidas porque estas não conseguiam afastar de sua mente os pensamentos ruins que insistiam em permanecer. Fazia orações das mais diversas, por uma saída, por uma esperança, pela alegria que lhe faltava já havia algum tempo, pelo sorriso que gostaria de ter no rosto e por todas as coisas que ela sabia que o futuro e Deus lhe reservava. Mas não parava de caminhar. Mal sentava um pouco pra descansar e logo retomava seu rumo. Andou, andou muito sem saber se certo era o seu caminho. No fundo, no fundo, acreditava que sim. Por ist, insistia nesta caminhada. Vez ou outra, olhava pra trás. Não que fosse fraca ou covarde, mas era humana. Mas retomava seu caminho tão logo percebia que melhor era seguir em frente. Cantava músicas da infância, relembrava pessoas agradáveis, boas amizades. Mantinha no coração o amor por tantas pessoas e este a nutria e a fazia respirar embora estivesse sufocada por tanta parede, tanta pressão. E ainda enfrentava os seus próprios fantasmas no meio do caminho. Enfrentava ela mesma e seus medos. Mas não desistiu jamais. Embora parecesse desmotivada, sem esperança, ainda era otimista. E era isto que a fazia seguir adiante a cada novo dia que ela mal sabia quando começava. Por tanto acreditar, não desistiu. E de tanto insistir, embora muitas vezes achou que seria mais fácil desistir, chegou à saida. Não que estivesse chegado ao fim da sua caminhada, porque muito ainda há de enfrentar à sua frente. Mas encontrou um novo rumo, uma nova história. Um cenário novo se abriu ao final do túnel por onde caminhou nos últimos anos. Viu que há lá fora novas possibilidades, tão grandes quanto imaginava. E vendo a luz do lado de fora, descobriu-se forte. Numa força que tantos duvidam e inclusive ela mesma chegou a duvidar. Agora era hora de acreditar ainda mais em si mesma. Agora é hora de encarar a vida e tudo o que ela traz. Agora é hora de ser ela mesma, livre e seguir o caminho que quiser escolher.

sexta-feira, 11 de março de 2011

TSUNAMI

Foto: autor desconhecido

Este tsunami que acontece aí do lado de fora também devasta o lado de dentro da gente. Não sobrevivem iguais aqueles que passam por um tsunami, terremoto ou furacão. Não há vida, vitalidade, alegria ou qualquer outra coisa que seja que não se modifique ou não se abale com tamanhas devastações. Arrastam sonhos, vidas, esperanças. Arrastam pra bem longe um futuro que já estava quase perto, na hora de acontecer. Vão se embora os projetos, partem-se as alegrias. Afogam a vontade de viver, junto com aqueles que lieralmente se afogaram e que eram importantes pra nós. Estes tsunamis que acontecem aí fora, também acontecem dentro da gente. Mesmo que estejamos distantes, somos afetados por eles. Mudamos o nosso destino, refletimos sobre a nossa vida. Repensamos nossos valores e mudamos de atitude, em busca de ser alguém melhor. Viver melhor. Estes tsunamis levam embora muitas coisas, mas trazem outras tantas que muitas vezes não víamos antes. Arrastam sonhos e devolvem um novo modo de enxergar a vida. Matam o nosso cotidiano e nos traz um novinho, ainda que cheio de dificuldades para serem superadas. Nos traz a possibilidade de mais fé, ao contrário do que muitos pensam a respeito dela nestas horas. Nos apresenta a grandiosidade da natureza, fruto do mover de Deus. Somos pequenos diante de tudo isto: Deus, Natureza e tudo mais. Nada podemos e só podemos viver a vida que nos cabe, sendo o melhor que pudermos ser. Os tsunamis do Japão, da Indonésia e de tantos lugares, podem chegar a tantos outros se pararmos pra refletir. Não permanecermos alheios a tudo isto. O tsunami que acontece lá, me afeta aqui. Acontece agora, neste momento dentro de mim. Revira minha vida, meus pensamentos. Me faz parar pra uma prece. Aumenta a minha fé e a minha humildade diante dela. Me apresenta o poder de Deus. Me revela uma nova possibilidade de vida, de espiritualidade, de sentimentos. Que os tsunamis que acontecem dentro da gente, devolvam tudo aquilo que precisamos receber e perdemos pelo meio do caminho que é a nossa vida. E que os tsunamis que acontecem do lado de fora, de uma forma sobrenatural, não devaste o resto de esperança e fé para aqueles que precisam recomeçar.

quinta-feira, 10 de março de 2011

DESCANSO

Foto: Tito Casquinha

Acordar, levantar, correr. Correr sem saber pra onde, sem nem saber a hora de chegar. Mas abrir os olhos e já correr, nem que seja com os pensamentos sobre todas as coisas que se tem pra fazer naquele dia. O dia de hoje. Ou, na maioria das vezes, o dia de amanhã. Vivemos pensando mais no amanhã do que na importância de hoje, estranho, mas é verdade. Esta correria, esta pressa desenfreada que nos cansa a mente e as vezes até mesmo o corpo. Esta agitação que inquieta o coração, agita o espírito e atormenta a nossa alma. Não, não quero. Quero é descansar tranquila, debaixo de uma árvore frondosa que me dê a sombra necessária pra refrescar meus pensamentos. Quero aquele vento que sopra suave no rosto da gente, beijando nossos cabelos e afastando de nós todos os maus pensamentos que nos tiram a paz. Quero é descansar corpo, alma e espírito, repousar tranquila e me esvaziar de tudo aquilo que me pesa. Quero a leveza das pessoas tranquilas, a leveza da fé. Não que eu não tenha, tenho muita, mas é que é pequena pra me aquietar o tempo inteiro, pra me tranquilizar quanto as coisas que estão por vir. Quero ser leve, mais leve de alma e espírito que de corpo. O corpo sei que consigo carregar se todo o resto se mantiver com a leveza necessária para me trazer a saúde e paz que necessito. Quero o descanso dos justos, o repouso daqueles que merecem. Descansar, aliviar de tudo o que é esta rotina, este cotidiano que nos consome. Quero uma brisa leve de uma sombra fresca e de uma água de lago, rio, mar ou cachoeira. Sombra e água fresca, não por toda a vida mas o suficiente pra que eu possa continuar descansada durante toda a jornada que vier pela frente. Quero o descanso que me tira a preocupação do futuro e das coisas que nem sei se virão. Quero o hoje, sereno como deve ser. E que o futuro venha como tal  e que eu o receba com a leveza necessária para enxergar a beleza que ele me traz.

quarta-feira, 2 de março de 2011

MEU BLOCO É ALEGRIA

Foto: autor desconhecido


Eu quero é botar o meu bloco na rua, cheio de confetes e serpentinas. Quero é abusar do sabor da alegria, que contagia toda a gente, a mim mesmo e quem mais quiser. Eu quero é me soltar pra valer, ter saúde pra dar e vender, curtir tudo aquilo que é bom. Quero é fazer a barriga doer de tanta risada, chorar de rir e curtir. Eu quero é botar o meu bloco na rua, fazer acontecer. Quero é chamar o meu povo, toda gente que eu gosto, pra se jogar comigo neste carnaval. Não, não vou pra bloco, nem praça e nem show. Minha avenida não tem asfalto e minha música não vem de trio elétrico. No meu carnaval não tem orgia, vícios e nem bagunça. Tem beijo na boca do homem que amo, um coração disposto a viver este amor e uma vida inteira pronta e animada pra acontecer. Eu quero botar o meu bloco na rua, o bloco da alegria e da felicidade. Quero é sair gritando tudo aquilo que eu gosto, tudo o que admiro e acredito e tudo o que farei acontecer. Quero botar o meu bloco na rua que esperou até este carnaval pra ganhar o mundo e começar o ano. Meu bloco tá cheio de energia e de astral elevado, levando disposição pra quem mais quiser. Se quiser sair no meu bloco, não precisa dinheiro, nem viagem, nada disto. Meu bloco tem todas as cores do arco-íris, tem vaga pra todo aquele que quiser viver. Vem sair no meu bloco que não tem hora marcada pra acontecer.