Foto: Gettyimages
Tenho inúmeros limites nos quais me esbarro todos os dias. São as minhas fragilidades, as dificuldades que encontro em ser eu mesma, viver o que vivo e aceitar o que me acontece. Todos nós temos, uns mais fáceis de admitir que outros. Destes tantos limites com os quais me esbarro todos os dias, está a dificuldade de esperar. Não consigo esperar de forma tranquila quase nenhuma coisa. Não saio desesperada, roendo unhas, mordendo cotovelo e chutando o balde por aí por causa disto. Mas não me sinto confortável no papel de quem espera. Herdei da minha mãe, tenho certeza. Mas não pretendo levar esta herança pela vida toda. Não quero deixar este meu limite para os meus, vamos passar coisas boas porque esperar é preciso e a gente tem que aprender com isto. Pois bem, tô aqui no banco de espera como todo dia acontece com todo mundo. Não falo de banco de consultórios embora estes também sejam um tédio de aguentar. Estou falando do banco da espera da vida cotidiana, quando esperamos respostas, resoluções e retornos. Quando a gente já fez de tudo o que pode, tudo o que nos foi possível e só nos resta esta palavrinha mágica, esperar. Esperar o telefone tocar, esperar a hora de ligar de novo. Esperar as boas notícias, esperar as ruins também. Esperar que tudo fique bem e se resolva. Esperar a hora certa de falar, a hora certa de calar. Esperar, dando tempo ao tempo. Esperar em Deus. Ah, que pecado, mas tenho uma imensa dificuldade de também esperar por Ele e talvez este seja o limite que mais me impede de ser a cristã que quero ser. Esperar é preciso, porque nada na vida está totalmente nas nossas mãos. E o tempo do outro não é o nosso tempo e o tempo de Deus não é tempo de nenhum de nós. Ou seja, relógios nunca têm o mesmo horário e as coisas acontecem quando têm que ser e pronto. É preciso esperar. Tédio, ansiedade, inquietação, medo. Pacotinho que vem junto quando esperar se torna tarefa difícil de executar. Mas aí, é preciso saber driblar tudo isto com uma outra palavra que temos que ter em prática, pra não perder o jogo de cintura necessário: confiança. Esperar exige confiança em si mesmo e no outro, acima de tudo, confiança em Deus. Quem confia, espera sempre o melhor. E ainda que não seja tão melhor assim, continua confiando que é possível superar e fazer tudo dar certo lá na frente.
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