sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

MINHAS IM"PERFEIÇÕES"

Foto: Soraia

Não me importo com as marcas no rosto, presenteadas pelo tempo. As dobrinhas nos cantos dos olhos que contam pras pessoas que não passei de liso nesta vida curva e cheia de turbulências. Cada parte do meu rosto e até mesmo das minhas pequenas rugas, contam a minha história. Elas marcam e reafirmam o meu sorriso para a vida e a respeito de tudo o que vive até a idade de hoje. Não sei quantos anos tenho, porque não os conto pelo tempo cronológico do nascimento até aqui. Cada dia acordo com uma idade diferente e um mesmo dia pode tanto me envelhecer quanto me rejuvenescer. Estas manchas do meu rosto, reveladas pela quantidade de sol que tomei, com ou sem protetor, não me deixam mais envelhecida ou menos bonita do que as pessoas de pele branca, translúcida. Não me sinto mal quando me olho no espelho e as vejo ali. Cada uma delas revela que não me guardei da vida, não me privei da liberdade de viver ao ar livre. Correr pela praia, brincar na areia. Passear no parque, andar de bicicleta na rua. Todas estas coisas que faço desde a infância hoje se traduzem no que sou. Dá pra ver quem fui através da minha fisionomia. Ela revela muito mais o que tenho sido ao longo do tempo do que o que sou hoje, embora isto eu também não consiga disfarçar muito bem. Sou todas as rugas, manchas e imperfeições. Todas estas imperfeições são tudo aquilo que tenho de perfeito em mim. O ser humano só é perfeito quando se descobre e se aceita imperfeito tal qual o é. Estas são minhas imperfeições, as manchas, as rugas, a flacidez das pálpebras. Assim como os meus sonhos e desejos ainda não realizados, mas que eu acredito realizar um dia. Sou tudo isto, o tempo todo. Mas sou feliz do jeito que sou. E felicidade, assim como auto-estima e todas estas coisas, é exatamente isto: aceitar-se tal qual é. Não ter medo do sol, por ter medo das manchas. Não ter medo de sorrir, por ter medo das rugas. Expressar-se sem limites. Soltar e revelar quem verdadeiramente é. E sorrir pra vida, de peito aberto, vento no cabelo e um brilho de sol nos olhos. Assim é que é viver.

3 comentários:

  1. Só agora descobri seu blog, que deve sim, virar livro! Parabéns!! Vou ter de correr para por a leitura em dia...

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  2. rs...adorei!!! Não sabia que não sabia dele. Seja bem vinda sempre!!! Como todos o são...divulguem, torçam pelo livro!!! Um dia sai...beijos

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  3. Oi Poly,

    Adorei seu blog e suas crônicas!
    Torço muito pelo seu sucesso.O livro têm que sair!
    Parabéns! Beijos

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