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Foto: autor desconhecido |
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Este outro que não sei o nome, este que vejo nas ruas, nas esquinas, nas praças e avenidas. Este outro, que esbarra em você ou em mim, toda hora. O outro que não sei onde mora, o que sente. Não sei da vida do outro, apenas imagino ou pré-conceito sobre quem é. Este outro que está do lado de fora ou as vezes do lado de dentro da minha casa. O outro por quem não criei afeto ou criei, mas que por não ser eu, as vezes me esqueço que ainda existe. Este outro que tem casa ou não tem, que almoça todos os dias ou não. Este outro que é bom ou ruim, que perdoa ou vinga, este outro que nem mesmo sabe quem é e vive em busca de si mesmo, assim como muitas vezes eu também ando em busca de mim. Este outro que não tem endereço fixo ou que, pelo menos, não sei onde fica. Este outro que não tem rosto ou dele nem me recordo. O outro que conheço, o outro que esqueci. O outro que nunca vi. O outro, este mesmo que você sabe quem é. Este que lhe vem a memória ou não, mas que você sabe que está em algum lugar por aí, embora tente disfarçar. Este outro que pode ou não lhe ser familiar. O outro que não tem idade, não tem cor de pele e se o tem, pouco importa agora. Este outro que as vezes te cumprimenta e sorri como velho conhecido. O outro que dorme ao seu lado, que te carregou nos braços quando era pequeno. O outro que te virou as costas, que traiu a amizade. O outro que esteve com você quando menos imaginou. O outro que te socorreu de um acidente, que lhe abriu os braços e as portas de casa. O outro que lhe deu comida ou negou. Este outro, que lhe trás boas ou más recordações. Este outro que não lhe vem a memória. O outro que não sou eu e nem você. Todos os outros, assim como nós que precisam de um pouco de atenção e de afeto. Todos os outros que precisam tanto de carinho, de perdão, de compaixão e entendimento, assim como nós mesmos precisamos. Somos como os outros, embora sejamos nós. O outro é a gente mesmo neles, eles mesmo em nós. E todos, sem exceção, estamos juntos nesta jornada da vida, ora com rosto, ora sem. Ora sem teto, ora sem chão. Todos, independente da classe, da idade, da raça, do credo, precisamos uns dos outros para fazer sentido, para ter sentido viver. Estamos para os outros como eles para nós, todos estamos juntos e é isto que torna viver algo tão especial.
Que coisa inesplicavelmente linda este texto Polly. Voce estrapolou em amor na hora de escrever isto!!! Deus te abençoe muito!!!
ResponderExcluirbjos Meg