sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

ESTA TAL VAIDADE

Foto: autor desconhecido


Sou vaidosa. Não, não pinto cabelo a cada 20 dias. Saio de casa sem esmaltes, nos pés e nas mãos. Nem todo dia passo batom. Sou vaidosa. Não, não tenho o carro e muito menos o celular da moda. Não conto vantagens ao meu respeito. Mas sim, sou extremamente vaidosa. Não me acho tão bonita quanto sei que sou. Quando olho no espelho, vejo mais as espinhas e manchas da minha pele que o brilho dos meus olhos. Sim, minha auto-estima não é boa como você imagina que seja a de todas as pessoas vaidosas. Não, pelo contrário. Acredito que auto-estima e vaidade são coisas quase que opostas. Enquanto a auto-estima é algo de dentro, da imagem que você faz de si mesmo, do gosto que você tem por ser quem é a vaidade é a preocupação com o olhar do outro, em ser aquilo que irá satisfazer ou superar as expectativas do outro. Vaidade. Sim, sou vaidosa. E é desta vaidade que se fala e se condena por aí. Se vestir bem, cuidar de si mesmo, tudo isto é bacana quando feito por si mesmo e não para os outros. Uma boa auto-estima é necessário e essencial para o equilíbrio da alma. Vaidade não. Destrói e te afasta de quem você realmente é. E não sendo quem você é, não possuindo a si mesmo, você não consegue se doar aos outros porque a gente não pode dar aquilo que não possui. Sim, sou vaidosa. E desconfio que você aí também seja. É que muitas vezes atribui como vaidade questões tão simples de auto estima e não coloca os olhos sobre as importâncias que status, poder, aceitação dos outros têm sobre você. Aprendamos a nos enxergar com olhos desvendados. Que possamos ter a coragem, porque é preciso coragem, de descobrir em nós as vaidades que nos afastam de nós mesmos. Para alguns, vaidade é a riqueza e os bens materiais. Para outros, a vaidade é estar esteticamente impecável por medo de não ser bem visto fisicamente aos olhos dos outros. Vaidade é o medo da rejeição, porque se você já não se possui ser rejeitado e não ter a menor chance de sobreviver. Observe a si mesmo e descubra quem você é. À medida que você possuir as suas verdades, aquilo que você é e porque você é, respeitar a sua história e aceitar a si mesmo, as vaidades vão perdendo a força e a autonomia, tão necessária e urgente na vida de cada um de nós, vai tomando forma e força em nós. Sou vaidosa, reconheço. Mas não me acomodo nas vaidades que descubro em mim. Entro num processo de faxina e de jogar fora estes excessos. Difícil? Demais. Mas necessário para que eu possa retomar a caminhada de "ser" aquilo que Deus tem pra mim. Todos, digo todos, nós temos nossas vaidades. Você também não está fora disto. E que possa então ter a coragem de reconhecê-las agora, de encarar suas realidades e seguir adiante nesta caminhada de ser melhor do que já é...não para os outros, mas acima de tudo, para você mesmo.

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