Falam por aí de uma tal liberdade. Escuto pelos corredores, ouço comentários nas ruas, nos pontos de ônibus. As pessoas falam de liberdade na televisão, discutem liberdade no congresso, estudam em sala de aula. Ouço a liberdade que poucas vezes posso ver. Leio na bandeira do meu estado que prega a liberdade, ainda que tardia. Mineira, acredito no que leio. Falam por aí de uma tal liberdade que virou história. Está nos livros. Mas não vejo tanta liberdade nos olhos dos cultos. Vejo na simplicidade que segue no olhar daqueles que pouco lêem e muito vivem. Liberdade estudada, não é liberdade alcançada. Liberdade sonhada, nem sempre é realizada. Ser livre é escolha, fruto de decisão. Escravizados somos se assim permitirmos ser. Estamos alforriados desta vida amarrada num cotidiano monótomo e sem o menor sentido. Permanecemos nele o tempo que quisermos fazê-lo durar. A prisão está para aqueles que se fazem prisioneiros das más escolhas, dos maus costumes e hábitos. Acomodação aprisionada. Assim como a preguiça, a monotomia, o conforto. Liberdade é para os corajosos, requer correr riscos o tempo todo. Liberdade é um risco que se deve correr para chegar a algum lugar além do que podemos ver. Além dos limites, da visão, da situação. Falam por aí desta liberdade poética, mas nada prática. E de tanto ouvir falar dela, resolvi buscá-la além das páginas que já cansei de ler e reler. Busco a liberdade do lado de fora do conforto. Não me basta a segurança se não houver nela a liberdade de ser quem eu sou. Liberdade é se permitir ser o que é, chegar onde se pretende chegar. Não há quem segure os decididos pela liberdade. A liberdade quebra as correntes, solta as amarras da mesmice e acontece para aqueles que ultrapassam aquilo que os olhos podem ver e as mãos parecem não alcançar.
Há 7 anos
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