Sorrisos e gargalhadas que contagiam as pessoas. O silêncio que representa tristeza, ou doença ou a dor de não ter mais presente aquela sensação gostosa de uma criança por perto. Umas muito amadas, desejadas e esperadas. Outras, desaparecidas ou perdidas pelas ruas, orfanatos ou sabe Deus onde estão. Há ainda as que já se foram, não por vontade própria e acredito eu, nem por vontade do Pai. Seus sorrisos são apagados, pra sempre retirados da vida. Quem já viveu com uma criança sabe o quão anjos elas parecem ser, ainda que sejam agitadas e peraltas. Sinônimo de esperança, de continuidade da vida. São a certeza de que no futuro, tudo poder ser diferente e melhor. A dor de não tê-las por perto, principalmente quem as teve, não se apaga junto com seu sorriso. Pelo contrário, começa ali. E é tamanha, tamanha, que se comove com a dor dos outros, num movimento solidário que acorrenta pessoas de todos os lugares, de todas as nações e nacionalidades para um mesmo propósito, uma mesma comoção. As crianças são o que há de mais puro num mundo tão cheio de maldade. As vezes, maldade que vitimiza estas crianças e as levam antes da hora para junto de Deus que lhe deu a vida. Isabellas, Thiagos, Daniellas, Pedros e tantas outras que se foram cedo demais. O movimento solidário que se cria em torno destes sorrisos silenciados é triste ao mesmo tempo bonito de se ver. É uma sede de justiça, um clamor pela esperança, um grito de socorro. Cada caso que se resolve, de cada uma destas pessoas, é como se resolve dentro de cada um dos que sofrem, um pouquinho da justiça que clamam, embora isto não acabe com a dor, mas minimize o sofrimento que ela causa. São pais, amigos, jovens, velhos, pessoas que ainda esperam por uma vida mais justa, por pessoas mais honestas e verdadeiras, por uma justiça além da divina. Cada caso, como Isabella, concluído, alivia a dor de tantos outros que ainda não se resolveram. Gera esperança para os que ainda esperam por um reencontro, por um cuidado, pela justiça. Dorme em paz, onde estiver. Sorria, sinta o sabor do vento em seu rosto que agora, onde estiver, está em paz. Vá até aquelas crianças cujos pais ainda sofrem e os abrace. Faça ciranda com eles, cantem um louvor e transbordem a felicidade que é pra ver se aqui embaixo, possamos dormir um pouco mais tranquilos e viver em paz.
Há 7 anos
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