Foto: Carlos Torres
Não conseguia parar de imaginar. A imaginação era a sua melhor companhia. Acordou cheia de idéias na cabeça. Aliás, não dormiu. Passou a noite misturando sonhos e imaginações. Pensamentos soltos que tentava buscar no ar. Logo que abriu os olhos, pegou os óculos na cabeceira da cama e tentou ver a realidade. Era impossível, tamanha a quantidade de suas imaginações. A qualidade também era indiscutivelmente melhor. O que pensamos é melhor do que o que vivemos, disse ela. Queria viver o que pensava, vivenciar suas idéias. Os devaneios de uma moça em busca de se tornar mulher. Gostava de projetar futuro e situações. Não de uma maneira preocupada ou ansiosa. Não. Ela sabia-se leve. Pensava porque gostava de suas idéias e seus ideais. Sempre acreditou ser possível tornar real o seu vasto imaginário. Terreno fértil este das imaginações. Um solo que ela gostava de adubar e colhia, flores de todas as cores e cheiros. Colhia frutos maduros e suculentos. E imaginava assim, correndo, com quem corre em meio a plantação de girassóis. Alegre e feliz ao mesmo tempo. Ela pensava todas as coisas do mundo, as boas, porque não perdia tempo com pensamentos maus. Gosta do que é doce, do que não é amargo. Gosta dos segredos que guarda de um futuro cheio de sorrisos. Sorri, toda vez que pensa no que é possível ser. E de tanto imaginar, tudo aquilo que pensa é cada vez mais real. Não sei se funciona para todos esta coisa de imaginação. Mas pra ela, não só funciona como é o combustível que a torna quem é. As idéias a identificam, acolhem e revelam. Ela é o que pensa e o que escolhe ser em cada um dos seus pensamentos. Enquanto não vive, imagina e de tanto imaginar suas idéias são vividas de uma forma tão rica que só pode ser real, aquilo que ela imagina ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário