segunda-feira, 4 de abril de 2011

FÉ DEVE SER ISTO

Foto: autor desconhecido


Não sei medir a fé que os outros têm, tampouco sei medir a minha própria fé. Quando a comparo com o que imagino de muitas pessoas, a vejo grande demais. Outras vezes, comparado a outros, praticamente inexistente. Se penso na grandiosidade de Deus, nas obras que ele fez, em tudo o que tem feito todos os dias por cada um de nós, me sinto insignificante, sabendo que ainda em toda insignificância, significo muito pra Ele. Fé é uma coisa esquisita. Aqueles que não a experimentaram ou não a conhecem, têm motivos para achá-la estranha. Olhando assim, parece impossível acreditar em algo que não se vê, nunca se viu. Acreditar que as sensações que temos, as boas e extraordinárias, vêm do amor de Deus. Experimentar o amor de Deus sem nunca tê-lo encontrado frente a frente. Rezar por Jesus que já se foi. Chorar diante de um trono, um altar em que nada de palpável se vê ali. Fé é loucura, mas das mais gostosas para quem experimenta. Não que ela tire de você a dor, o sofrimento. Não que ela arranque seus medos e te dê uma coragem extraordinária para enfrentar a vida. A fé não faz de nós super homens ou mulheres. Não nos torna divinos. Mas nos encoraja a buscá-la cada vez mais. Porque experimentar a fé, pelo pouco que experimentamos, dá uma sensação tão gostosa de segurança, paz, de afeto e aconchego, que nunca mais queremos deixar de experimentar. Pelo contrário, queremos mais e mais. Não consigo explicar que sentimento é este que me rouba os pensamentos e me arranca lágrima quando experimento a minha fé. E digo, ela não é grande o suficiente para que você se espante. Mas é delicioso poder sentir um abraço de um pai, ainda que você esteja sozinho. É maravilhoso ouvir a voz de Deus, sem ser esquizofrênico ou maluco ou vidente. Fé é isto. Uma loucura para o mundo de hoje e um espetáculo para quem a vive. Não sei o que é viver sem ela. Não sei quando ela entrou em mim. Penso se em coroações ou escolas dominicais. Se quando eu realmente me abri ou quando entrei para grupos de orações. Não me recordo se foi a música ou as pregações que mais me marcaram. Não sei dizer. Talvez, tenhamos todos nascido com ela e a despertamos em algum momento da vida. Não sei dizer. Mas penso que a vida não faria o menor sentido se eu não a tivesse comigo. Esta fé que trago não tem nome e nem denominação. Não se prende a terços, novenas, sessões do descarrego ou sei lá mais o que. Experimento a fé convivendo com pessoas que a trazem dentro de si. Numa gentileza no trânsito, no sorriso de um gari. Na correria das crianças na praça. Na beleza dos animais. Na gratidão dos mais humildes. Na simplicidade de alguns ricos financeiramente. No amor que é capaz de perdoar o assassinato das duas filhas. Na superação das perdas. Na esperança. Num dia de céu azul ou de chuva fina que nos arranca o calor. Esta fé que quando fechamos os olhos, sentimentos através da nossa respiração. Fé é simples, não tem mistério embora seja repleta de misteriosidades. Ela existe pra quem quiser experimentar. Talvez tenha que ser um pouco criança pra acreditar na imaginação. Há de abrir mão da racionalidade plena.Há de se entregar na vontade de viver uma experiência nova, de descansar da vida. Isto é fé ou não sei dizer. Mas vivê-la traz sentido à vida e faz com que cada momento, valha realmente a pena.

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