Se um dia viesse a se casar, seria de preto. Ou roxo. Não via muita cor nesta história de casamento. Não acreditava em final feliz. Quando pequena, parava de ler os contos de fadas antes do final. Sabia qual era o desfecho, mentira. Não gostava de fantasiar a vida. Cresceu prática e realista, dizia ela. Para os outros, pessimista. Não perdia tempo com imaginações. Vivia o que tinha que acontecer. Mal sabia da felicidade, nunca a experimentou. Não porque a felicidade não era merecedora de sua vida, pelo contrário, a felicidade se importava com ela. Ela que dava de ombros, virava a costas e fingia não ligar. Seguia em frente. Uma vida sem graça, mas que pelo menos fazia sentido. Uma vida de verdades que ela criara pra si mesma. Vestida de preto, passava despercebida pelas pessoas. Não se fazia notar, embora um ou outro olhar de estranheza fitava seu corpo. Se pensa que era feia, engana-se. Sua beleza era extraordinariamente bela, mas um pouco escondida no escuro da sua vida. Se jogasse luz, talvez fosse modelo, uma daquelas de muito sucesso. Mas queria apenas ser ela mesma, vista como única em meio a tantas pessoas comuns. Talvez por isso fizesse de estranha, pra ver se misturava a estranheza do mundo que ela tanto insistia em não ter.
Há 7 anos
OLá querida também gostei do seu blog, como achou o meu?? ]
ResponderExcluirme segue... no blog. \ok? beijos