Saiu por aquela porta, sem saber onde ia dar. Estava tudo tão escuro, por tanto tempo, que já não reconhecia as cores. Já não sabia mais da luz. Antes de abrir, exitou. Pensou no mundo de conforto que o escuro traz, no descanso dos olhos. Ao contrário, pensou na ausência das formas, das cores. Luz e sombra, todos têm o seu valor, suas possibilidades. Mas queria experimentar coisas novas, como os jovens costumam querer. Abriu, puxou a porta e viu um mundo completamente novo e diferente. Agora, estava do lado de fora. Não podia mais voltar. Naqueles primeiros segundos, não sabia se havia feito a coisa certa. Saudade da percepção dos sentidos que o escuro nos traz. Agora era hora de reaprender o olhar. Readaptar os sentidos. Parecia cansada, não fisicamente, mas esteticamente cansada. Mas logo saberia o que fazer. O primeiro momento é sempre adaptação, depois a ação toma conta e já posso vê-la correr para percorrer o mundo de novidades que a espera.
Há 7 anos
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