terça-feira, 13 de abril de 2010

Todo dia

Foto: Sónia Cristina Carvalho
De vez em quando é pouco. Às vezes é insuficiente. Não que queira a toda hora e instante. É necessário um intervalo, mas que seja pequeno que é pra não dar tempo pra saudade. Saudade é coisa boa, mas dói e não quero sentir dor. Não esta dor de amor. Também não quero pra sempre. Aprendi que sempre não é todo dia, então não me satisfaz. Esta coisa de eternidade é meio vaga demais, porque pode ser um sentimento isolado e o que quero é contato. Acredito no amor de mão dupla, estes que a gente nunca sente sozinho. De platonismo, vivem os psicóticos, não eu. Gosto desta coisa de convivência, deste cotidiano que de monótomo só tem os sem qualquer criatividade. Todo dia é uma nova possibilidade criativa e existe uma fonte inesgotável de criatividade por aí, basta usar. Gosto desta coisa de dormir junto, de roçar meu pé no seu, ou seu pé no meu, o que for melhor. Dividir o mesmo teto, compartilhar palavras, fôlego e sussuro. Esta coisa que só entende os que amam de verdade e fingem entender os que não sabem amar. Por isto, de vez em quando é muito pouco pra tanta coisa pra viver a dois. Palavras pra falar, coisas para fazer, vida pra viver. Esta tal história que eu quero ter pra contar, esta história toda que eu quero escrever da gente não dá pra ficar no papel. Preciso estar com você o quanto for preciso, o tempo que for necessário pra escrever um romance, pra fazer um filme ou quem sabe um filho. Às vezes, de vez em quando, não é tempo suficiente pra tudo isto. Às vezes, chega a hora de ampliar o tempo para 30 horas como fazem os bancos. Às vezes é necessário dormir e acordar junto, de pés descalços pra finalmente fazer tudo isto que a gente pretende um com o outro e quem sabe, até mesmo um pouco mais.

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